Saúde

Cosmam verifica falta de pessoal no Presidente Vargas

Na UTI Neonatal, com capacidade para 10 leitos, havia 25 pacientes Foto: Cristiane Moreira
Na UTI Neonatal, com capacidade para 10 leitos, havia 25 pacientes Foto: Cristiane Moreira
Falta de leitos em alguns setores e leitos sobrando em outros por carência de recursos humanos. Esta é a situação encontrada hoje (18/2) por quatro vereadores da Comissão de Saúde (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas. Segundo o presidente da Cosmam, vereador Dr. Thiago Duarte (PDT), faltam pelo menos 120 profissionais de enfermagem para que o hospital funcione com sua capacidade plena. "No ano passado, a Câmara aprovou projeto do Executivo para contratação de técnicos de enfermagem. O concurso foi feito, mas até agora os aprovados não foram chamados", cobrou.

Na visita que fizeram aos 13 andares do HPV, os membros da Cosmam verificaram que na UTI Neonatal, que tem capacidade para dez leitos, havia 25 pacientes. "Estamos operando com 130% além da nossa capacidade, disse a médica chefe da UTI Neonatal, Isabel Marshall. No quinto andar do prédio, porém, a situação é inversa, pois praticamente todo o setor estava vazio, com cerca de 28 leitos vagos por falta de profissionais para atendimento a pacientes. "Cerca de 50% dos leitos do hospital estão fechados por falta de pessoal", disse a técnica em enfermagem do HPV e representante do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Fabiana Sanguiné.

"Hospital fantasma"

O representante do Conselho Regional de Enfermagem (Coren/RS), Ricardo Rivero, que acompanhou a visita, relatou que desde fevereiro de 2013 a entidade vem cobrando do HPS o resultado do cálculo de dimensionamento, dado essencial para saber quais as carências de profissionais da área de enfermagem do hospital. Até agora, segundo ele, não houve resposta para a solicitação do Conselho.

Para o diretor do Simers, médico Jorge de Souza, a situação do Presidente Vargas é preocupante por causa do desmonte que a unidade vem sofrendo. "Parece um hospital fantasma", afirmou ele, lembrando que os problemas da instituição só pioraram desde 2011, quando os trabalhadores vinculados à Fugast tiveram de deixar o hospital.

Exames

Segundo o presidente da Cosmam, outro problema existente no hospital é a falta de um setor de patologia. Por conta disso, exames de pacientes do HPV têm de ser realizados em outro hospital. "Uma paciente em cirurgia para retirar câncer de mama, por exemplo, fica esperando na mesa cirúrgica enquanto o material retirado dela é levado à Santa Casa para análise. Concluído o exame, o resultado é passado por telefone para a equipe médica do HPV. Durante este tempo, a paciente fica aberta, em anestesia geral." Para Dr. Thiago, todo este procedimento poderia ser evitado se houvesse um patologista e um equipamento que custa cerca de R$ 40 mil.

A visita da Cosmam ao HPV foi acompanhada pelos vereadores Jussara Cony (PCdoB), Lourdes Sprenger (PMDB) e Mauro Pinheiro (PT), além do presidente Dr. Thiago.

Texto: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)