Comissões

Demhab promete solução para famílias da Vicente Monteggia

Magda Paz (d) relatou sua situação na reunião da Cuthab Foto: Lívia Stumpf
Magda Paz (d) relatou sua situação na reunião da Cuthab Foto: Lívia Stumpf

O Departamento Municipal de Habitação (Demhab) comprometeu-se a achar, em 60 dias, uma solução para as famílias que compraram casas na Avenida Vicente Monteggia, 1.078, bairro Cavalhada, após a transferência dos antigos moradores para o loteamento da Avenida Cristiano Kraemer. A promessa foi feita pela coordenadora da Unidade de Relações Comunitárias do Demhab, Rejane Telles, na reunião da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal de Porto Alegre realizada na tarde desta terça-feira (2/3).

Rejane garantiu que o Demhab estudará caso a caso uma forma de não prejudicar as cerca de cinco famílias que adquiriram unidades da Vicente Monteggia supostamente sem saber que a área seria desocupada para possibilitar o alargamento da via. "Não vamos deixar ninguém a céu aberto", disse. Conforme Rejane, serão procuradas alternativas para acomodar essas pessoas até que também possam ser transferidas para novas unidades em outro local. Uma das opções seria o pagamento de aluguel social.

Um dos casos analisados pelo Demhab é o de Magda Martins Paz, que, na reunião, alegou ter comprado uma casa na Vicente Monteggia há mais de um ano depois de a antiga moradora se mudar para a Cristiano Kraemer. "A casa estava de pé e nós compramos, mas agora o Demhab quer nos tirar de lá", lamentou. Magda contou, porém, que não recebeu recibo pela compra da casa.

Outro dos casos é o de Bárbara Netto Romano, presente à reunião. Ela decidiu continuar na Vicente Monteggia e doou a casa da Cristiano Kraemer para a irmã, pois essa unidade, segundo ela, não comportaria toda a sua família e a da irmã. Uma segunda casa no novo loteamento ficou com sua mãe. Bárbara agora reivindica uma terceira casa para ela e os três filhos. "O Demhab deu duas casas para 11 pessoas morarem, sem fios, sem forro e com vazamento", reclamou. "Eu me neguei a ir."

Na avaliação de Rosa Duarte, conselheira da Região Centro-Sul do Orçamento Participativo (OP), Bárbara teria direito somente a duas casas na Cristiano Kraemer, já que sua família não possuía três moradias na Vicente Monteggia. Já Edson Silva da Silva, assessor comunitário do Demhab, garantiu que Bárbara vendeu a casa da mãe na Vicente Monteggia para outra família.

Os vereadores da Cuthab responsabilizaram o Demhab pelo problema surgido na Vicente Monteggia. Segundo Nilo Santos (PTB), o Demhab deveria ter tirado as casas de lá imediatamente após a transferência das famílias para a Cristiano Kraemer, para evitar que fossem novamente ocupadas, portanto passou a ser responsável pelas pessoas que ficaram. "Não podemos deixar ninguém ir para debaixo do viaduto", emendou Alceu Brasinha (PTB). "Trata-se de um problema social que precisa ser resolvido", declarou Paulinho Rubem Berta (PPS). Para João Pancinha (PMDB), o Demhab errou, mas quem vendeu as casas na Vicente Monteggia também. Ele é favorável ao aluguel social como alternativa provisória.

O presidente da Cuthab, Elias Vidal (PPS), concordou com a busca de uma solução para os casos relatados, mas criticou os moradores da Vicente Monteggia que haviam sido contemplados com casas na Cristiano Kramer e as venderam. Na sua opinião, esses casos deveriam ser resolvidos pela polícia e não pelo Demhab. "Trata-se de roubo; não foi honesto", enfatizou.

Além dos vereadores Vidal, Paulinho, Brasinha, Pancinha e Nilo, de Rejane, Rosa, Silva, Bárbara e Magda, compuseram a Mesa da reunião Laura Lampert, advogada do setor jurídico do Demhab; Arlete Mazzo, coordenadora do Fórum de Justiça e Segurança da Região Centro-Sul do OP; e Jorge Oliveira, integrante da comissão de habitação da Região Centro-Sul do OP.

Claudete Barcellos (reg. prof. 6481) 

Ouça:
Vereadores negociam solução para famílias da Vicente Monteggia