Comparecimento

Dmae rebate críticas e aponta investimentos na Zona Sul

Presser expõs realizações e metas  Foto: Elson Sempé Pedroso
Presser expõs realizações e metas Foto: Elson Sempé Pedroso
O diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Flávio Presser, compareceu, nesta quinta-feira (1º/3) à tarde, à sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre para falar sobre o fornecimento de água tratada na cidade. Durante seu pronunciamento, rebateu críticas de vereadores a uma possível falta de investimentos do Dmae na Zona Sul. O diretor afirmou que o departamento fez investimento recorde no abastecimento e tratamento de água em 2011, cujo total de R$ 184 milhões equivaleria, segundo ele, ao que havia sido investido no período entre os anos de 2001 e 2004. "Os vereadores que nos criticaram devem estar mal assessorados", disse. "Prevíamos investir 33% e chegamos a 40% no ano passado."

Rebatendo as críticas de que haveria falta de investimentos pelo Dmae, Presser confirmou que o departamento tem recursos de R$ 300 milhões aplicados em instituição financeira e considerou positiva essa precaução. "As mudanças ocorrem de forma muito rápida na cidade e exigem que haja capitalização e recursos em caixa para a realização de obras. Em 2005, recebemos o Dmae com R$ 4 milhões em dívidas. Agora podemos dizer que o Dmae não cobre mais déficits da prefeitura."

De acordo com Presser, a Estação de Tratamento de Água de Belém Novo é um sistema com três grandes diretrizes de distribuição de água: a Avenida Juca Batista, o reservatório Boa Vista e a reservação da Restinga. Ele explicou que parte da água distribuída pelas tubulações segue pela Avenida Edgar Pires de Castro, saindo da Restinga em direção à Pitinga e seguindo em direção à Lomba do Pinheiro. "A Lomba do Pinheiro, por ser a parte mais elevada, é a área mais fragilizada quando falta bombeamento."

O diretor também informou que a estação de bombeamento de água bruta de Belém Novo deverá ter capacidade ampliada dos atuais 465 litros por segundo para mil litros por segundo. "Para isso, será preciso captar mais água." A Restinga, primeiro estágio de bombeamento, deverá ter sua capacidade ampliada de 470 litros por segundo para 600 litros por segundo, estando prevista a construção da adutora Juca Batista, que deverá abastecer a região da Avenida Juca Batista com outros 400 litros por segundo. Segundo Presser, a estação de água tratada Restinga 2 também vai ter sua capacidade de bombeamento ampliada dos atuais 150 litros por segundo para 250 litros por segundo.
 
Calor recorde
Rebatendo as críticas recebidas pelos problemas de abastecimento na Zona Sul ocorridos na quinta-feira que antecedeu o feriado de Carnaval, o diretor do Dmae atribuiu o problema ao "calor recorde" havido naquele dia, à falta de energia acumulada no sistema Belém Novo e às ligações irregulares em moradias da Lomba do Pinheiro e da Restinga. "Essas ligações acabam consumindo muita água."

Presser também chamou atenção para o crescimento populacional na região da Lomba do Pinheiro nos últimos 10 anos, que teria sofrido acréscimo de 70% no total de habitantes. "Isso acontece porque grande número de moradores da cidade está migrando de áreas irregulares para loteamentos regulares, havendo aumento populacional em determinados pontos." Ele informou que existem ainda cerca de 75 mil domicílios em áreas irregulares em Porto Alegre, e o Dmae está procedendo à regularização do abastecimento de água, nestes locais, por meio do Programa Água Certa. "Ele corrige ligações, mesmo que elas sejam precárias, reduzindo o desperdício."

Projetando novos investimentos, Presser disse que novas obras para 2012 incluem investimentos de R$ 12 milhões em uma adutora de água bruta na Juca Batista. "Essa obra só não foi realizada no ano passado porque houve problemas de licitação. E não havia recurso para as obras do sistema de reservação da Cristiano Kraemer."

Contestando as afirmações de que o Dmae teria investido apenas R$ 1 milhão de um total de R$ 13 milhões disponíveis, Presser explicou que os recursos empenhados ao longo do ano passado foram da ordem de R$ 21 milhões. Ele também esclareceu que os R$ 462 milhões citados pelos vereadores que o criticaram dizem respeito ao orçamento geral do Dmae. "Novamente, nesta questão, os vereadores que nos criticaram devem ter sido mal assessorados."

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)