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Escola Emílio Meyer pede novas vagas para o ensino médio

  • Comissão faz debate sobre a continuidade do Ensino Médio na Escola Emílio Meyer, na sede da Amavtron. Na foto, ao microfone, vereador Professor Alex Fraga
    Cece realizou reunião ontem à noite na sede da Amavtron (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Comissão faz debate sobre a continuidade do Ensino Médio na Escola Emílio Meyer, na sede da Amavtron.
    Alunos, professores e comunidade se uniram para reivindicar a permanência do ensino médio na escola (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Escola Emílio Meyer conseguiu através do Conselho Municipal de Educação (CME) deliberar um ofício que foi aceito pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) para que a escola possa dar continuidade ao andamento do ensino médio na instituição. A notícia foi dada em reunião da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude da Câmara Municipal (Cece) pela diretora da escola, Déliamaris Fraga Acunha na noite da última terça-feira (12/11).

A notícia repercutiu na escola de forma positiva, porém, segundo a diretora, a instituição ainda ficará impedida pelo Executivo de realizar matrículas. “Como as matrículas são feitas por disciplinas no semestre, pelo regimento da escola ficamos impedidos de abrir turmas de primeiro semestre, inclusive para os alunos que já estudam no local. Isso afetará os formandos que não poderão concluir as matérias que faltam, porque não temos permissão para abertura de novas vagas. Isso é uma ilegalidade”, comenta.

Conforme o presidente da comissão, vereador Alex Fraga (Psol), a Câmara tem um papel importantíssimo de intermediar essa questão junto ao Executivo, fazendo com que se cumpra o direito à educação e de uma escola de qualidade para todos. “Como vereadores, e eu como professor, temos o dever de lutar para que esses alunos possam ter sua dignidade garantida, pois a Escola Emílio Meyer é uma das únicas escolas municipais de ensino médio de Porto Alegre e é uma referência para estudantes”.

A escola, que tem 65 anos de existência, está localizada na zona leste da capital e possui ensino de educação infantil, fundamental, magistério e técnico e funciona nos três turnos. Conta ainda com 16 turmas de ensino médio que incluem atendimento a alunos com deficiência, trabalhando a inclusão efetiva na instituição. A aluna Franciane da Rosa Batista, que cursa magistério, disse que a escola atende estudantes dos bairros Cascata, Santa Tereza, Cruzeiro, Glória, Macedônia e outros bairros da cidade por ser bem localizada e de fácil acesso. “Depois da nossa escola não existe outra que atenda ao ensino médio na redondeza. Se não fosse ela, como íamos ficar?”

A representante do CME, Maria Eulália Nascimento, ressaltou que o Conselho exerce competência de deliberar sobre as questões da escola e explicou que não há base legal que sustente a decisão de acabar com o ensino médio, como quer o Executivo. “A prefeitura não pode encerrar esse ciclo e vamos buscar alternativas para manter o ensino médio nas escolas”.

Como encaminhamento, os vereadores da Cece irão acolher o parecer da CME e, após análise do documento, construir uma manifestação pública e encaminharão para a prefeitura e Ministério Público o pedido de abertura das matrículas. “Vejo como uma forma de expulsar o povo pobre dos locais centrais da cidade, já que a escola fica a 15 minutos do centro da capital. O Executivo quer empurrar as pessoas para as periferias, tirando os seus diretos básicos. É preciso resistir e buscar uma organização comunitária”, acrescentou Professor Alex.

A reunião, realizada na Associação de Moradores e Amigos da Vila Tronco-Neves e Arredores (Amavtron), contou com a presença dos vereadores Alvoni Medina (Republicanos), Marcelo Sgarbossa (PT) e representantes do Simpa, Atempa e alunos, pais e professores da escola Emílio Meyer.

Texto

Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)