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Marginais e traficantes ocupam prédios no Jardim Leopoldina

Elias e Paulinho com Moreira (c)  Foto: Bolívar Abascal Oberto
Elias e Paulinho com Moreira (c) Foto: Bolívar Abascal Oberto

Três carcaças de prédios inacabados em um quarteirão localizado na esquina entre as Ruas Jandyr Maia Failace e Dr. Carlos Maria Bins, no Bairro Jardim Dona Leopoldina, na Zona Norte da Capital, estão abandonados e entregues ao tráfico de drogas e à marginalidade. O presidente da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Elias Vidal (PPS), e o vereador Paulinho Rubem Berta (PPS), também integrante da Cuthab, visitaram o local nesta terça-feira (24/8). Eles foram recebidos pelo corretor de imóveis Jayme Moreira, morador do conjunto residencial Jardim Leopoldina, que acompanhou a visita e mostrou o local aos vereadores. Na oportunidade, moradores dos condomínios no entorno reclamaram que a ocupação dos prédios abandonados aumentaram a insegurança na região, decorrente principalmente da atividade do tráfico de drogas e dos frequentes assaltos.

As ocupações dos prédios inacabados têm ocorrido desde os anos 1980, quando ainda eram propriedade da construtora Guerino. Com a falência da Guerino, a empresa Edificações e Incorporações Barbieri (Ediba S/A) assumiu o patrimônio da massa falida. A Ediba, no entanto, que também está em processo falimentar, não terminou as obras, permitindo que as ocupações continuassem a ocorrer. Nos registros da Secretaria Municipal de obras e Viação (Smov), conforme consulta feita pela assessoria da Cuthab, a Guerino ainda consta como responsável pela construção. Jayme Moreira contou que, durante o dia, os ocupantes abandonam as carcaças, retornando sempre à noite, quando funciona o tráfico de drogas e ocorrem os assaltos. Quatro ocupantes que circulavam pelo local, ao verem os visitantes, se esconderam dentro de um dos prédios.

Os vereadores constataram que não existem famílias ocupando as carcaças abandonadas. Cercado por muros onde ainda constam o nome da construtora Ediba, a área onde estão os prédios abandonados está tomada por capim e por grande quantidade de lixo. De acordo com Jayme Moreira, a empreiteira havia projetado a construção de 22 prédios no quarteirão, num total de 120 apartamentos com ocupação média de quatro pessoas em cada um. Durante a visita, foram encontrados vários documentos de uma mesma pessoa espalhados pelo capinzal, provavelmente roubados e desovados no local por assaltantes.

De acordo com os vereadores, a Cuthab deverá se reunir com o diretor do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Humberto Goulart, para analisar a possibilidade de incorporação dos prédios pelo Demhab e aproveitamento para a construção de casas populares por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. A Comissão também deverá elaborar um relatório que será entregue pelos vereadores ao prefeito José Fortunati. "O Executivo precisa cobrar a responsabilidade da empreiteira", disse Paulinho Rubem Berta.

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)