Sessão Solene

Rafael Guimaraens é Cidadão de Porto Alegre

  • Sessão Solene de Outorga do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao senhor Carlos Rafael Guimarães Filho
    Guimarães discursa na tribuna da Câmara (Foto: Isabelle Rieger/CMPA)
  • Sessão Solene de Outorga do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao senhor Carlos Rafael Guimarães Filho
    Amigos e familiares acompanharam a cerimônia (Foto: Gabriel Ribeiro/CMPA)

O jornalista e escritor Carlos Rafael Guimaraens Filho recebeu hoje (12/4) o título de Cidadão de Porto Alegre em cerimônia realizada no Plenário Otávio Rocha. A distinção, aprovada pela Câmara Municipal em dezembro de 2020, foi proposta pelo ex-vereador Marcelo Sgarbossa (PT). A sessão foi presidida pelo vereador Jonas Reis (PT). 

Jonas citou a trajetória profissional de Guimaraens e destacou sua satisfação em conferir o título ao jornalista: "É extremamente satisfatório. E para nós é muito importante neste momento brindar este título com a pessoa que colabora com a história de Porto Alegre, porque a registra. O que seriam dos cidadãos sem o registro de que povo é este, de onde veio, de onde está e de onde pode ir?”

Sgarbossa destacou a figura de Rafael Guimaraens como jornalista e escritor, falando de suas experiências no jornalismo e dos 15 livros escritos. Segundo Sgarbossa, Guimaraens é a exceção a sua regra. "Durante oito anos de mandato nunca fiz uma homenagem a ninguém, porque tenho um certo porém com as homenagens, mas olhando para você, eu disse: Rafa, você será exceção a minha regra”.

Guimaraens falou sobre a conversa no bar que levou ao convite. “O vereador Marcelo Sgarbossa me pegou desprevenido ali, em um momento que a gente estava envolvido numa disputa árdua, envolvendo o bem da cidade. A gente estava tomando uns chopes que sobraram do evento e eu fiquei meio sem argumentos para dizer que não sou merecedor”. O escritor acrescentou que a honraria que lhe foi dada aumenta a sua responsabilidade como cidadão.

"As primeiras vezes que ouvi a palavra cidadão, era naquelas aulas de educação moral e cívica, que botaram nas disciplinas das escolas, para fazer com que as crianças e os jovens se adaptassem à nova ordem, que era a ordem de obediência. Segundo as aulas de moral e cívica, cidadão era aquele que sabia dos seus direitos e seus deveres, embora, na época, os direitos não fossem muito observados. Na verdade, cidadão é aquela pessoa portadora de direitos civis, direitos políticos e de direitos sociais,” afirmou. 

Guimaraens concluiu ressaltando que é preciso observar os interesses públicos das pessoas menos favorecidas e colocá-los acima dos interesses privados. "Nós temos aqui o exemplo do cais. O cais está fechado há mais de dez anos. Esse fechamento do cais é fruto de uma negociata absolutamente irresponsável na qual o poder público privatizou uma área, não se sabe bem em troca do que, para serem colocados prédios gigantescos, shopping center, como se a cidade não tivesse shopping suficiente, precisava colocar um ali, na ponta do Gasômetro."

História

Nascido em Porto Alegre em 1956, Carlos Rafael Guimaraens Filho é neto de Eduardo Guimaraens, famoso poeta vinculado ao simbolismo, e filho do jornalista Carlos Rafael Guimaraens. É escritor e jornalista.

Na profissão de jornalista, atuou como repórter, editor e secretário de redação da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre (Coojornal) e foi editor de política do jornal Diário do Sul, do grupo Gazeta Mercantil. Coordenou a elaboração do projeto editorial da revista Aplauso, da Editora Plural, e trabalha em edição de livros na Editora Libretos.

Como escritor, é autor de obras literárias com ênfase na construção da memória, tendo como palco principal a cidade de Porto Alegre, resgatando episódios históricos conhecidos ou revelando histórias desconhecidas ao público leitor. Escreveu, entre outros, “O Livrão e o Jornalzinho“ (1997); “Tragédia da Rua da Praia” (2005), que recebeu o prêmio O Sul, Nacional e os Livros, como melhor livro de ficção do ano; “Teatro de Arena – Palco de Resistência” (2007), que recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura e foi considerado Livro do Ano; “A Enchente de 41” (2009) – Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores, melhor livro não-ficção; “O Sargento, o Marechal e o Faquir” (2015) – Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores, melhor livro categoria Especial; e “20 Relatos Insólitos de Porto Alegre” (2017), Prêmio Minuano de Literatura do Instituto Estadual do livro.

Seu mais recente livro é “O Espião que Aprendeu a Ler”. É um relato sobre a passagem por Porto Alegre daquele que viria a se tornar o maior embaixador da literatura brasileira na Alemanha: Hans Curt Meyer-Clason (1910-2012) .

Texto

Josué Garcia / Ana Luísa Vieira
(estagiários de Jornalismo)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)