Projeto

Vereador propõe plebiscito sobre uso da Fazenda Arado Velho

  • Visita conjunta COSMAM e CEFOR à área rural de Porto Alegre para discutir os impactos da revisão da planta do IPTU em Porto Alegre.
    Local abriga especies nativas da flora e fauna (Foto ilustrativa/arquivo CMPA) (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Vereador Marcelo Sgarbossa na tribuna
    Vereador Sgarbossa na Câmara Municipal (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Está em debate, na Câmara Municipal de Porto Alegre, projeto do vereador Marcelo Sgarbossa (PT) que defende a realização de plebiscito sobre a criação de uma Unidade de Conservação na área conhecida como Fazenda Arado Velho, localizada no Bairro Belém Novo, no extremo Sul da Cidade. Pela proposta, a manifestação dos cidadãos deverá ocorrer juntamente com a eleição municipal de 2020. 

De acordo com o projeto, em até 30 dias após a sua aprovação - caso venha a ocorrer -, a Mesa Diretora da Câmara indicará uma comissão coordenadora do processo de consulta à população. Na ocasião, a população irá responder de forma objetiva, sim ou não, à pergunta: “a eleitora ou o eleitor concorda em fazer da área conhecida como Fazenda Arado Velho uma Unidade de Conservação aberta à visitação pública?”.

Segundo Sgarbossa, sua proposta se fundamenta diante dos inúmeros questionamentos de entidades ambientalistas e moradores, especialmente, sobre quais os impactos ambientais de um projeto do porte do empreendimento urbanístico da Fazenda Arado Velho – que deve contar com cerca de 1,2 mil imóveis.  “É importante registrar que a Fazenda Arado Velho possui 426 hectares, está localizada às margens do Lago Guaíba, próxima a duas áreas de conservação de Porto Alegre, a Reserva Biológica do Lami e o Morro São Pedro, e cumpre importante papel de corredor ecológico, primordial para a manutenção de espécies da flora e da fauna”, lembra o vereador na justificativa da matéria.

Saiba mais:

Nessa região da cidade se encontram o que resta dos biomas mata atlântica e pampa na capital. Ali vivem animais raros e em extinção, como o bugio ruivo, o graxaim-do-mato, o ouriço-caixeiro, o gato maracajá e o guaxinim (mão-pelada), além de capivaras, preás e muitos outros. A área recebe, ainda, mais de uma centena de espécies de aves, muitas delas migratórias, que fazem naquele terreno seus ninhos, e também abriga centenas de espécies de répteis, anfíbios e insetos, que formam um mosaico de vida em equilíbrio.

Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)