Saúde

Vereadores visitam instalações do Hospital Beneficência Portuguesa

Instituição tem capacidade para atender 170 leitos, mas hoje há apenas dez pacientes

Visita ao hospital Beneficência. Na foto, o diretor do hospital, José Antônio Pereira de Souza (e), a vereadora Fernanda Melchionna, o vereador André Carús (c) e a delegada sindical (Sindicato dos Enfermeiros) Claudia Santos (d).
Vereadores ouviram o diretor-geral do HBP, José Antônio Pereira (esq) (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

O vereador André Carús (PMDB), presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal, e a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), visitaram na manhã desta quarta-feira (25/10) as instalações do Hospital Beneficência Portuguesa (HBP). A visita foi feita a pedido dos funcionários da instituição, do Sindisaúde/RS e do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sindsepe/RS). Carús informou que será realizada uma reunião na Cosmam no dia 21 de novembro para aprofundar as principais questões da crise que enfrenta o HBP e que terá a presença de representações sindicais, SMS e da direção do hospital.

Carús destacou que o objetivo da comissão é o de fiscalizar e mediar as negociações entre servidores, Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e direção do hospital. “Conforme pedido dos servidores, que solicitaram nossa visita ao hospital, os funcionários estão há quatro meses sem receber salário e há relato de que dos 100 funcionários demitidos, uma parcela ainda não recebeu parte da rescisão." Ainda segundo eles, "atualmente dos 170 leitos oferecidos somente dez estão sendo ocupados”.

O Hospital Beneficência Portuguesa atende a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), de convênios e particulares, incluindo pronto atendimento 24 horas, laboratório de análises clínicas e o corpo clínico. É integrado por aproximadamente 150 médicos com atuação nas seguintes áreas: neurocirurgia, neurologia, traumatologia, ortopedia clínica médica, medicina intensiva, cirurgia geral, anestesiologia e urologia 

Servidores

A delegada sindical Cláudia Santos, que é técnica de enfermagem, ressaltou que o desejo dos servidores é a municipalização do hospital. Hoje, conforme ela, 60% dos leitos oferecidos são destinados para o SUS. Segundo Cláudia, o hospital sofre com a falta desde medicamentos básicos a material de higiene. “Operamos abaixo da nossa capacidade. A situação está insustentável e estamos com 50 funcionários atuando. A má administração acarretou a realidade que vivemos hoje, não há prioridades e buscamos um acordo com atual administrador da instituição”, explica. 

Direção

O diretor-geral do hospital, José Antônio Pereira, que está à frente da gestão há seis anos, diz que está atuando no limite devido a falta de recursos e da demanda de pacientes. Alega que a gestão anterior deixou com que o hospital operasse com recursos próprios, sem buscar financiamento, o que acarretou a crise instalada atualmente. “Nos próximos dias teremos uma agenda em Brasília com a Caixa Econômica Federal para buscarmos financiamento e sanar as dívidas que o Beneficência possui. E vamos priorizar o pagamento dos funcionários. Estamos aguardando este financiamento há seis meses e estamos na expectativa de sair do vermelho”, destaca o diretor. 

Texto: Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)