Plenário

Sessão Ordinária/ Grande Expediente e Lideranças

Durante o período de Grande Expediente e nos tempos de Lideranças, na sessão ordinária desta segunda-feira (16/6), os vereadores de Porto Alegre trataram dos seguintes temas:

APLAUSO – Reginaldo Pujol (DEM) disse que procurou, no Regimento Interno da Câmara, um modo de homenagear a forma ordeira e hospitaleira do povo brasileiro desde o início da Copa 2014. Sugeriu que seja estudada a possibilidade de criar um novo dispositivo, a Moção de Aplauso, que é mais genérica e ampla, porque esse é um caso que merececia um registro de tal natureza. Pujol saudou a nação brasileira por demonstrar sua civilidade, a par de algumas minorias radicais “que tentaram manchar a imagem do país". O vereador ressaltou a hospitalidade dos gaúchos, exemplificada na manifestação da população de Viamão à seleção equatoriana. (MG)

PREJUÍZO – Clàudio Janta (SDD) criticou os grupos de manifestantes, que classificou como “bando de arruaceiros e marginais”, que, além de depredarem o patrimônio público e privado, entre os quais bancas de revistas e pequenos estabelecimentos comerciais, impediram que centenas de trabalhadores saíssem de seus locais de trabalho, em um “verdadeiro caso de cárcere privado” na abertura da Copa. Disse que ele próprio foi crítico da forma como o país foi buscar a Copa, especialmente no tocante às isenções de impostos e investimentos de recursos públicos que poderiam ser aplicados em áreas como educação, saúde e segurança. “Mas o fato é que a Copa veio, e os protestos devem ser ordeiros.” (MG)

LEGADO – Alceu Brasinha (PTB) disse que, no sábado, mesmo com a intensa chuva, a Fan Fest ocorreu com boa afluência de público. Contou que, pela manhã, esteve no Centro e viu muitos turistas no Mercado Público, que, a seu ver, se tornou um verdadeiro ponto turístico da Capital. Destacou o trabalho de secretários municipais e ainda referiu que teve a oportunidade de conviver com a ministra do Turismo da França, que acompanhava o prefeito José Fortunati, juntamente com voluntários que atuam na Fan Fest. “Isso, sim, é um legado que a Copa deixa para essa geração de jovens e, consequentemente, para a cidade”, disse. Lembrou que, há sete anos, muitos vereadores comemoraram, com o prefeito, a vinda da Copa e ainda destacou o papel da presidente Dilma para que ela se realizasse. (MG)

BURGUESIA – Delegado Cleiton (PDT) afirmou que boa parte dos manifestantes que tapam o rosto nos protestos contra a Copa são jovens de classe média, média-alta, "filhos da burguesia que, ao contrário dos jovens da periferia, tiveram a oportunidade de estudar em boas escolas e, assim, passar no vestibular de uma universidade federal". Segundo ele, "em vez de cometer atos de vandalismo, deveriam utilizar os seus conhecimentos em língua estrangeira para confeccionar faixas em inglês e outros idiomas, que falem sobre a falta de investimentos em educação, saúde, segurança e outros pontos dos quais discordem na administração pública". (MG)

VAIAS - Jussara Cony (PCdoB) afirmou que, por trás das vaias destinadas à presidente Dilma Rousseff, está o ódio de classe e o machismo. “Por trás dessas vaias está o ódio de classe pela inclusão. Por trás dessas vaias estão os que querem os privilégios de antes”, destacou. “Em tempos de vaia é sempre bom lembrar que se trata de uma elite perdedora e atrasada. A vaia chega a ser um elogio para nós”, afirmou. Para Jussara, não é, somente, uma questão de gênero, mas de respeito. “Pela primeira vez, uma mulher foi eleita. Dilma é sobretudo a maior liderança feminina do país”, concluiu. (TA)

IMPROPÉRIOS - “Os impropérios que falaram para Dilma me entristecem, no entanto, não me surpreendem”, afirmou o vereador Alberto Kopittke (PT). De acordo com o vereador, a mesma elite que vaiou Dilma elegeu Collor e chamou Lula de analfabeto. “É a mesma elite que não vaiou o Golpe de 64. A elite sempre diz impropérios, no entanto, a vaia deles nos dá a certeza de que estamos do lado certo”, disse. Ao final do discurso, Kopittke também destacou que as vaias partiram das áreas mais caras do estádio. (TA)

VENTRÍLOQUO - “Chamar de presidente ou de presidenta não faz diferença”, discordou Idenir Cecchim (PMDB). Para ele, as vaias estão vindo de todos os setores da sociedade. “Fizeram muito bem em vaiar, só fizeram mal em falar palavrão; não recomendo o palavrão”, advertiu. De acordo com o vereador, “Dilma é um boneco de ventríloquo de seu criador, Lula". Ao final do discurso, Cecchim culpou a elite pela eleição de Lula. (TA)

RESPEITO - “Talvez Idenir Cecchim não tenha reparado, mas o vice-presidente é do seu partido e ele estava lá também”, lembrou Alex Fraga (PSOL). Fraga afirmou ser contra qualquer tipo de insulto. “Se Dilma está lá, é porque foi escolhida e merece respeito. No entanto, vaias são normais e referem-se ao grau de insatisfação de um grupo”, destacou. Também falou sobre os governos de esquerda e de direita e afirmou que, segundo pesquisas recentes, no Brasil, os únicos partidos que podem se chamar de esquerdistas são os considerados de extrema esquerda. “Mas, no Brasil, a maioria está em cima do muro”, disse. (TA)

CONTROLE - Bernardino Vendruscolo (PROS) afirmou que a figura da presidente deve ser respeitada em qualquer espaço público. "Particularmente sou contra as vaias desferidas a ela na abertura da Copa do Mundo", disse. Vendruscolo lembrou que as vaias para Dilma já foram direcionadas a outros presidentes, como Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. O vereador afirmou que votou a favor de todos os projetos referentes à Copa do Mundo, mas não imaginou que a Fifa fosse exercer um controle tão grande na demanda estrutural de Porto Alegre. (JD) 

REGALIAS - Mônica Leal (PP) afirmou que as vaias contra Dilma ultrapassaram a falta de educação e configuraram-se como uma agressão. "Como mulher, como cidadã, eu achei uma grosseria", disse. Mônica falou sobre a reportagem do programa de TV Fantástico que denunciou as regalias que os detentos do Presídio Central de Porto Alegre estariam recebendo. Ela criticou a manifestação do secretário estadual de Segurança, Airton Michels, que reconheceu as mordomias passivamente e afirmou que nada poderia fazer. "Quando a maior autoridade em segurança pública declara que não irá fazer nada contra as irregularidades denunciadas, há algo errado em sua gestão", afirmou. (JD)

CRÍTICA - Mario Manfro (PSDB) afirmou que também é contrário às formas de manifestações contra Dilma. Entretanto, lembrou que os cidadãos somente vaiam quando algo está errado na gestão pública. Manfro criticou os vereadores que acusaram de burguesas as pessoas que vaiaram a presidente, dizendo que não se pode cometer uma generalização tão leviana. O vereador também criticou o governador Tarso Genro por ainda não ter tomado providências na gestão da Secretaria de Segurança do Estado após as denúncias de regalias no Presídio Central. "Eles vão continuar comandando o tráfico, ganhando mordomias, e o governo não vai fazer nada porque tem medo de agir", disse. (JD)

Texto: Milton Gerson (reg.prof. 6539) 

          Thamiriz Amado (estagiária de Jornalismo)
          Juliana Demarco (estagiária de Jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)