Plenário

Projeto determina que 20% dos táxis sejam conduzidos por mulheres

Alex Fraga e Fernanda Melchionna Foto: Leonardo Contursi/CMPA
Alex Fraga e Fernanda Melchionna Foto: Leonardo Contursi/CMPA (Foto: Foto de Ederson Nunes/CMPA)
Está em tramitação, na Câmara Municipal de Porto Alegre, o projeto de lei do Legislativo que estabelece um mínimo de 20% de mulheres dentre os condutores de táxi do Serviço Público de Transporte Individual por Táxi no Município. A proposta foi apresentada pelos vereadores Fernanda Melchionna e Prof. Alex Fraga - ambos do PSOL -, modificando a Lei nº 11.582, de 21 de fevereiro de 2014, a chamada Lei dos Táxis.

Conforme Fernanda e Alex, a ideia é fazer com que o Município, de forma progressiva, aumente o número de condutoras de táxi, permissionárias ou auxiliares, até o preenchimento de uma cota mínima de mulheres, para que seja possível que o passageiro opte por acionar um carro conduzido por uma mulher, se assim o desejar. “Tal proposta é inovadora e permitirá um bom debate a respeito das possibilidades de uma política pública que permita maior conforto e segurança às passageiras mulheres em nossa cidade”, afirmam.

Os autores do projeto defendem que é preciso garantir a integridade física das mulheres e combater o machismo nos meios de transporte coletivo e táxis. “Por ouro lado, é uma demanda de direito do consumidor, pois a própria Lei dos Táxis garante o tratamento dos passageiros com urbanidade e respeito por parte do condutor”, acrescentam. Os vereadores do PSOL propõem uma tentativa de solucionar ou, ao menos, amenizar “a realidade brutal de insegurança que acomete toda a sociedade e, de forma ainda mais perversa, os mais vulneráveis, como os pobres, os negros, as mulheres e a população LGBT”.

Fernanda e Alex lamentam que as situações de assédio na rua, no transporte coletivo e mesmo em táxis façam parte do cotidiano das mulheres, geralmente mais visadas. “Um caso que chocou Porto Alegre foi o da jovem que pegou um táxi na Rua General Lima e Silva para ir até sua casa, na Rua André da Rocha, mas o taxista não ficou feliz em ser acordado para realizar uma corrida tão curta”, contam. “O caso dela, que acabou com o motorista perseguindo-a dentro de seu prédio, não é isolado.”

Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)