Plenário

Sessão Ordinária / Comunicações, Lideranças e Grande Expediente

Movimentação de plenário
Impeachment, campanha eleitoral e segurança estiveram entre os temas debatidos (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)

Durante a sessão ordinária desta segunda-feira (29/8), os vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre discutiram os seguintes assuntos nos tempos de Comunicações e Lideranças partidárias:

IMPEACHMENT - Sofia Cavedon (PT) discutiu o pronunciamento da presidenta afastada Dilma Rousseff no Senado Federal. “Com muita coragem e tranquilidade, a presidenta não temeu enfrentar o parlamento, expondo seu ponto de vista e declarando-se inocente de qualquer crime de responsabilidade”, declarou. Ela exaltou a presença do músico Chico Buarque no plenário e classificou o processo como um “golpe institucional”. “A elite econômica não se conforma quando o país aumenta a distribuição de renda e as políticas sociais”, afirmou. Por fim, Sofia disse confiar que os movimentos sociais impeçam “a implantação, no país, de um regime de exceção e de um estado neoliberal”. (PE)

CRÍTICAS - Bernardino Vendruscolo (PROS) fez duras críticas a alguns projetos em tramitação na Casa. “Os projetos de castração de seres humanos, prisão perpétua e trabalho voluntário com animais são todos de competência federal”, ressaltou, afirmando que “um vereador não pode dar atestado de incompetência e iludir a sociedade”. Bernardino também repudiou a aprovação do projeto que nomeia “Nico Fagundes” o Acampamento Farroupilha da Capital. “Nico Fagundes era meu amigo, mas foi realizada uma reunião em que as lideranças do Acampamento se posicionaram contra a mudança.” Segundo Bernardino, um vereador, sozinho, não pode “ter o tamanho e a pretensão de mudar o nome do Acampamento Farroupilha”. (PE)

IMPEACHMENT II - Idenir Cecchim (PMDB) rebateu o discurso da colega Sofia Cavedon (PT), referindo-se à Dilma Rousseff como “ex-presidente”. “Entendo que a vereadora esteja em desespero, porque a grande maioria de seus companheiros de partido está presa”, disse. Ele ainda refutou que o processo de impeachment seja um golpe. “Eu, por exemplo, não votei na Dilma e no Temer, pois o PMDB gaúcho nunca se alinhou com o PT”, afirmou. Cecchim também se disse “estupefato” com a tese de que, se o impeachment for consumado, serão impedidas as mudanças sociais. “O PT sempre foi assim, não assinou a Constituição e não assume nada do que faz bem para o Brasil”. Para ele, “a população brasileira quer novamente a honestidade reinando no país”. (PE)

ANIMAIS - Defendendo seus projetos criados em defesa da causa animal, Rodrigo Maroni (PR) disse que não se interessa pela constitucionalidade deles, pois a Câmara é um espaço de discussão sobre coisas que são importantes. “Eu me sinto tranquilo com relação a defendê-los porque eles são um processo midiático para conseguir visibilidade para os problemas que afetam os animais. A intenção é gerar políticas públicas e, principalmente, despertar a sensibilidade nas pessoas com relação aos animais.” O vereador finalizou defendendo que “cada um pode ter a sua opinião e fazer o projeto que quiser” e citou que há um projeto de lei na Casa que pretende retirá-lo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). (CM)

ANIMAIS II - João Bosco Vaz (PDT) contrapôs a fala de Rodrigo Maroni (PR) sobre um projeto de lei que estaria em tramitação na Câmara Municipal para tirá-lo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “O que há é um projeto que proíbe que o vereador autor da proposta possa votá-lo no Plenário. Além disso, não há como tirar o Maroni da CCJ porque ele foi eleito e seria uma falta de respeito se isso acontecesse." Bosco citou que pede para não ser relator ou desempatar a votação de projetos seus ou de colegas de partido para não haver favorecimento. “Eu tenho a minha preocupação com a ética”, encerrou.

ANIMAIS III - Dr. Goulart (PTB) comentou que sente que há uma pequena implicância dos colegas da Câmara com Rodrigo Maroni (PR). “Ele pode dizer tudo o que quiser e só a população poderia tirá-lo daqui. Ele defende as atrocidades que acontecem com os animais da maneira que ele sabe se expressar”. Como democrata e humanitário declarado, Dr. Goulart afirmou que “jamais poderemos aceitar a proibição aqui dentro desta Casa e defenderei até a morte o direito de falar”, terminou.

ANIMAIS IV - Delegado Cleiton (PDT) falou sobre os projetos de Rodrigo Maroni (PR) e comentou sobre a maneira como eles são realizados. "Eu sei o seu intuito de abrir os olhos para as pessoas sobre as questões que o senhor luta", ressaltou. Para o parlamentar, é necessário uma adaptação às questões jurídicas para a construção dos projetos de Maroni. Cleiton ainda comentou que não seria esse o seu tema de discussão na tribuna, pois gostaria de falar sobre a sua visita ao Palácio da Polícia. Ainda sim, falou sobre os problemas de segurança e de falta de pessoal. Além disso, comentou sobre a construção de uma delegacia para os animais. "A gente quer, sim, uma delegacia que trabalhe com crimes contra animais, mas há uma dificuldade, não tem gente." (GS)

ESPORTE - Tarciso Flecha Negra (PSD) lembrou o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, proposto pelo parlamentar em 2010, ao ex-jogador de futebol Alcindo, que faleceu no final de semana. "Um dos maiores ídolos do país e do mundo, e eu tive a honra e prazer de conviver com ele", ressaltou. Ainda em seu período de grande expediente, Tarciso Flecha Negra falou sobre os Jogos Olímpicos e a importância do esporte como projeto social. Para o parlamentar, "não há ferramenta de inclusão melhor que o esporte". Ainda citou o kit escolar gratuito na rede municipal, considerado por ele o seu "maior golaço da vida". Tarciso concluiu realizando uma relação entre o esporte, educação e respeito. "País de primeiro mundo é o país em que os jovens tenham educação, tenham esporte e que haja respeito entre todos nós, não olhando cor, raça e credo", encerrou. (GS)

CAMPANHA - Dr. Goulart (PTB) criticou o atual sistema de campanha eleitoral. "Que momento de falácia essa possibilidade de campanha eleitoral, parece que não existe no Brasil e em Porto Alegre." O parlamentar ainda mencionou que a campanha municipal está sendo um teste para as próximas eleições. "Tudo está proibido, estão fazendo um laboratório conosco", ressalta. Para o vereador, a campanha é "antidemocrática e desigual", tendo em vista a proibição de doações de empresas. Dr. Goulart concluiu seu discurso mencionando a sua tristeza com o falecimento do ex-jogador Alcindo Martha de Freitas. (GS)

SAÚDE - No seu período de liderança, Dr. Thiago Duarte (DEM) falou sobre a saúde pública e a necessidade de auto-sustentação da Secretaria de Saúde de Porto Alegre. "Só vejo uma forma de fazer isso, é a federalização do Hospital de Pronto Socorro". Para o parlamentar, a ideia era passar parte das necessidades do município para o Governo Federal, de uma forma em que "o Hospital de Clínicas assuma os insumos do HPS". O vereador ressalta que o pessoal seria do município. "Os funcionários ainda seriam do município, concursados, mas os ônus e os insumos começariam a ser pagos pelo governo federal", terminou. (GS)

SEGURANÇA - Cláudio Janta (SD) falou sobre a chegada da Força Nacional em Porto Alegre. "A nossa cidade amanheceu com uma sensação de segurança." De acordo com o parlamentar, ele vinha pedindo, em nome do partido e das entidades que representa, a intervenção da Força Nacional desde a invasão do Posto da Cruzeiro e desde os ápices da violência nas vilas da cidade. Para Janta, é inadmissível o que está acontecendo com o município.  "Nós não aguentamos mais ver mães, pais e avós chorando a perda de seus entes queridos." Para o vereador, é necessário um investimento maciço em educação e que a Brigada Militar receba o salário em dia. (GS)

Texto: Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)           
          Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
          Guilherme Sampaio (reg. prof. 18405)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)