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A importância de políticas públicas para os animais

Vereador Rodrigo Maroni na Tribuna.
A importância de políticas públicas para os animais (Foto: Henrique Ferreira Bregão/CMPA)


Após quatro meses da extinção da Secretaria Especial dos Direitos dos Animais (SEDA), o futuro de cães e gatos de rua e de pessoas de baixa renda ainda é incerto. O atual governo afirma que os atendimentos seguem sendo realizados na Unidade de Medicina Veterinária da Lomba do Pinheiro, mas os diversos relatos de pessoas que tentaram em vão buscar ajuda dizem o contrário.
Além das cirurgias para castração, evitando assim a proliferação e superpopulação de animais de rua; consultas de animais que estão sob tutela de protetores e protetoras, pessoas que fazem um trabalho voluntário de amor aos animai; atendimento médico veterinário de urgência para animais em risco de morte; a SEDA era responsável pela fiscalização de denúncias de maus-tratos e educação e conscientização da população em relação aos cuidados com os animais. Na questão referente à saúde pública do município, a então secretaria realizava um importante trabalho de prevenção de epidemias que tem os animais de rua como vetores.
Com a extinção da SEDA, também ficou em suspenso o Hospital Veterinário Público de Porto Alegre, uma referência em saúde dos animais para o Brasil.  Construído com um investimento de R$ 6 milhões do empresário Alexandre Grendene, o hospital possui uma área com mais de 1,6 mil m². O hospital é equipado com salas de cirurgia, consultórios, alas para internação, setores de quimioterapia, de exames de imagem e laboratório de análises clínicas, grande parte já aparelhada. Caso estivesse em funcionamento, a unidade poderia receber até 270 animais, inclusive aqueles com doenças infectocontagiosas, que necessitam de área especial de isolamento total.
Para alguns pode até parecer absurdo que o município invista em atendimentos a animais, mas este não é um investimento que gere impacto nas contas públicas. Menos animais abandonados em nossas ruas significa prevenir surtos de raiva, leptospirose, ancilostomose, toxoplasmose, esporotricose, ademais de infestações por pulgas e carrapatos.
E para quem sobra sem uma secretaria? Sobra para a população mais sensível a estes casos; sobra para os protetores e protetoras, que já possuem suas casas e apartamentos lotados de animais resgatados; sobra para quem trabalha com políticas na causa animal, como ONGs e políticos. Ou seja, sobra para todo mundo enquanto o Governo Municipal segue tirando o seu da reta.