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Apoio à implantação de Cipaves na Capital é solicitado a vereadores

  • Reunião para tratar sobre o programa completo de combate e prevenção à violência escolar.
    Delegada Luciane Manfro apresentou projeto que prevê implantação de Cipaves (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Reunião para tratar sobre o programa completo de combate e prevenção à violência escolar.
    Vereadora Mari Pimentel (Novo) presidiu a reunião (Foto: Martha Izabel/CMPA)

A intervenção dos vereadores junto ao município para que Porto Alegre adote um Programa de Poiticas Públicas de Prevenção à Violência e a Drogadição na rede de ensino da capital gaúcha foi solicitada na manhã desta terça-feira (10/8). O pedido foi feito durante videoconferência realizada pela Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) da Câmara Municipal pela delegada Luciane Manfro, que, acompanhada de Cristiano Desconzi, apresentou projeto que prevê a implantação de comissões internas de prevenção a acidentes e violência escolar (Cipaves) e a criação de um Programa de Prevenção e combate à drogadição (Propecad) nas instituições de ensino, com o envolvimento de parceiros privados e do terceiro setor. O encontro foi presidido pela vereadora Mari Pimentel (Novo).

Luciane explicou que o projeto foi elaborado com base na sua experiência na gestão do governador José Ivo Sartori, quando os Cipaves – oficializados por lei da deputada Maria Helena Sartori - foram adotados com sucesso nas escolas estaduais. A delegada, que também é professora, destacou que já existe lei aprovada em 2018, por iniciativa da vereadora Comandante Nádia (DEM), mas que ela “infelizmente ainda não saiu do papel”. Ela informou ainda já terem procurado o prefeito, a secretária de Educação e outros integrantes do governo, mas que “não houve demonstração de interesse” e, por isso, trouxe o tema à Câmara.

Ela citou dados da atuação dos Cipaves no âmbito estadual, nos quatro anos em que esteve à frente do projeto. “Das 2,5 mil escolas estaduais, no primeiro ano tivemos voluntariamente a adesão de 1.255 instituições de ensino e, nos quatro anos, mais de 60 mil notificações de casos de violência.” Falou que toda a comunidade escolar foi envolvida e os jovens motivados por ferramentas atrativas, como aplicativos de jogos e outras ferramentas que permitiram criar um banco de dados e o monitoramento das ocorrências, “sempre com transversalidade entre as secretarias e órgãos do governo, passando pela Educação, Saúde, Segurança, Assistência Social, Cultura, Esportes e outras áreas”.

Vereadores

A proposta de execução do projeto como política pública contou com o apoio dos vereadores Vitória Cabreira (PCdoB) e Giovani Byl (PTB). Ambos manifestaram a importância do tema. Para Vitória, os estudantes precisam ver a escola como um “espaço seguro” que não se limita às paredes, mas pensando a comunidade onde está inserida. E lembrou que a maioria das escolas da rede municipal estão nas vilas. Citou ações realizadas pela Umespa quando foi presidente da entidade, como os de incentivo à produção literária e a práticas esportivas. “O importante é gerar oportunidades para os jovens dentro e fora das salas de aula”, assinalou.

Byl falou da sua realidade pessoal, que teve origem em conflitos familiares e na escola Victo Isler, no bairro Mário Quintana. E que foram projetos como esse que o fizeram enxergar outras oportunidades. “Eu era o aluno que as professoras olhavam e diziam: ‘esse não tem futuro’. E, através do trabalho missionário de uma igreja evangélica e do Orçamento Participativo, pude mudar essa realidade e hoje sou vereador de Porto Alegre”, relatou. Disse que, no recesso, esteve em outros estados conhecendo projetos que colocam o skatismo como ferramenta de inclusão social e que o caminho para a redução da violência entre jovens, e com a participação deles, é a adoção de políticas públicas como a apresentada pela delegada Luciana e por Cristiano. Ressaltou que “ideias não se combatem com armas, mas com ideias melhores” e que é preciso aprofundar a pauta com o centro do governo.

Ao final do encontro, a vereadora Mari Pimentel informou que levará as sugestões à presidente da Cece, Fernanda Barth (PRTB), para os devidos encaminhamentos. Participou também da videoconferência o vereador Jonas Reis (PT).

Texto

Milton Gerson (reg.prof. 6539)

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