Tribuna Popular

Aposentados dos Correios manifestam contrariedade à privatização da empresa

Associação Gaúcha de ex-servidores da estatal ocupou a Tribuna Popular da Câmara Municipal nesta quinta-feira

  • Tribuna Popular com a Associação Gaúcha dos Aposentados dos Correios e Telégrafos.
    Roberto Alquati, da Associação Gaúcha dos Aposentados dos Correios (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Tribuna Popular com a Associação Gaúcha dos Aposentados dos Correios e Telégrafos.
    Aposentados da empresa acompanharam a sessão plenária desta quinta-feira (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

“A luta contra a privatização dos Correios é uma luta de toda a população”. Esta afirmação foi feita na tarde desta quinta-feira (5/11) no Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre por Roberto Alquati, representante da Associação Gaúcha dos Aposentados dos Correios e Telégrafos. Ao falar a vereadores e vereadoras durante a sessão ordinária, no período de Tribuna Popular, ele defendeu a importância de que esta empresa continue como estatal, principalmente por seu papel social. “Os Correios ajudam na prestação de serviços financeiros e na inclusão bancária de muitas pessoas”, exemplificou.

Alquati, em sua manifestação, recordou que os serviços prestados pela empresa não se limitam apenas à entrega de correspondências. “São levados livros didáticos, as urnas eletrônicas, as provas do Enem, vacinas, sempre no tempo exato”, destacou ao citar que, em 60% dos municípios do Brasil, os Correios são os únicos representantes da União. “Pequenas cidades terão prejuízos com a privatização dos Correios, pois as prefeituras terão de arcar com serviços sociais prestados por esta estatal”, disse igualmente o representante da Associação Gaúcha de Aposentados dos Correios e Telegráfos. 

Ainda sobre as possibilidades de privatização da empresa, Alquati destacou que este movimento vem na contramão da história: “apenas oito países privatizaram este serviço. E o exemplo da Argentina é desastroso, tendo os correios voltado às mãos do governo”. Já em Portugal, outro dos locais onde esta atividade foi privatizada, conforme disse Alquati, a população está pedindo pela sua reestatização. “Lá o serviço piorou com o aumento das tarifas”. Ele também lembrou, ao manifestar sua contrariedade à privatização dos Correios, que nenhum outro país tem dimensões continentais como o Brasil.

Além da questão social, Alquati reforçou sua contrariedade à proposta de privatização ao afirmar que os Correios não dependem de recursos do Tesouro Nacional para sua manutenção e funcionamento. “Os Correios não se mantêm com os impostos do cidadão”, disse, e completou: “todos os custos da empresa, inclusive folha de pessoal, são pagos por receitas geradas pela própria estatal”. Para ele, não é apenas sobre uma empresa que se discute a privatização, “mas sobre uma instituição nacional, um patrimônio da população brasileira, presente em todo o território nacional”.

Saudaram a manifestação de Roberto Alquati na Tribuna Popular os vereadores João Bosco Vaz (PDT), Roberto Robaina (PSol), Humberto Goulart (PTB), Cassiá Carpes (PP), Paulinho Motorista (PSB) e Aldacir Oliboni (PT).

Texto

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)