Aprovado relatório de CPI que sugere indiciamento do prefeito por seis crimes
Texto de 228 páginas recomendando que Nelson Marchezan Júnior seja acusado de ter cometido seis delitos recebeu oito votos favoráveis e dois contrários. O vereador Mendes Ribeiro (DEM), por ter participado de apenas uma reunião da comissão, se absteve. Foi durante a última reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias contra a gestão do prefeito, na manhã desta segunda-feira (31/8). O relator, vereador Professor Wambert (PTB), entende que há indícios de que Marchezan tenha praticado advocacia administrativa, tráfico de influência, improbidade administrativa, dispensa de licitação, corrupção passiva e tráfico de interesses. O inquérito, iniciado com a instalação da CPI, em outubro do ano passado, não tem relação com o sexto processo de impeachment contra o prefeito, cujo relatório favorável à denúncia foi apresentado na sexta-feira (28/8). A investigação teve como alvos o chamado Banco de Talentos da prefeitura, o aluguel do prédio onde funciona a secretaria de Desenvolvimento e as relações do prefeito com o então diretor da companhia de processamento de dados do município, a Procempa, Michel Costa. Wambert não encontrou indícios que responsabilizem Marchezan pelo aluguel do prédio, mas, em relação aos outros dois itens que pautaram os trabalhos da comissão, entende que o prefeito deve ser responsabilizado judicialmente. Wambert concluiu que o Banco de Talentos é uma fraude política, técnica e administrativa, que desrespeitou o rito da licitação que, na opinião dele seria obrigatória, contratou metade dos chamados voluntários, causando gastos à administração e consequentemente lesão ao erário público, e utilizou o meio para camuflar contratações políticas que implicaram em demissões arbitrárias. Apurou também que Michel Costa fez uso de informações privilegiadas que tinha em função do cargo que ocupava para beneficiar empresa privada responsável pela execuçao de programa de monitoramento da localização dos ônibus que atuam no transporte público e que o prefeito se aproveitou da influência do empresário para obter vantagens indevidas. O relator registrou também que ficou comprovado que empresa ligada a Michel Costa pagou viagem do prefeito à França. Além de Marchezan, o vereador recomenda que sejam indiciados o ex-secretário de Relações Institucionais, Christian Lemos, por crime de falso testemunho, e o empresário Michel Costa, por tráfico de influência. Integram a CPI ainda os vereadores Adeli Sell (PT), Luciano Marcantonio (PTB), Mauro Pinheiro (PL), Felipe Camozzato (NOVO), Márcio Bins Ely (PDT), Lourdes Sprenger (MDB), Mônica Leal (PP), Ramiro Rosário (PSDB) e Mendes Ribeiro (DEM).