Associação Cristóvão Colombo recebe diploma de honra ao mérito da Câmara
Homenagem à associação de moradores mais antiga de Porto Alegre foi proposta pelo vereador Ramiro Rosário
A Associação Cristóvão Colombo (ACC) recebeu o diploma de honra ao mérito da Câmara Municipal de Porto Alegre, nesta quinta-feira, 17. A proposta partiu do vereador Ramiro Rosário (PSDB) e foi aprovada em 25 de março de 2021. A ACC é a associação de moradores mais antiga de Porto Alegre e um das mais longevas do Brasil, com mais de 50 anos de existência.
“O diploma é um agradecimento e reconhecimento ao trabalho que a entidade faz para o 4º Distrito e para a nossa cidade”, disse Ramiro, ao entregar o diploma à presidente Dirce Gomes e sua diretoria. “Isso nos traz novo ânimo para seguir trabalhando pela comunidade”, afirmou Dirce Gomes.
BREVE HISTÓRIA
A Associação Floresta de Comunicação Comunitária, também conhecida como Associação Cristóvão Colombo (ACC), completou meio século em 6 de outubro de 2020. A boa vontade de alguns amigos e empresários foi a semente de uma organização exemplar em Porto Alegre, que atualmente beneficia milhares de pessoas. Os problemas comuns como trânsito e inversão de ruas marcaram, em maio de 1960, o nascimento da Associação dos Amigos da Avenida Cristóvão Colombo (AAACC), designação que recebeu na época.
Em dezembro de 1965, por meio da Portaria nº 21, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA) concedeu a ocupação de um prédio seu na Rua Câncio Gomes, onde está até hoje. Em 1968, a ratificação dessa portaria garantiu a permanência da entidade no local, ato que foi novamente reafirmado em 2007. Em 1988, a AAACC mudou sua designação para Associação Cristóvão Colombo, já que em suas atividades ela sempre trabalhou em função de toda a região.
Ao longo dos anos, a ACC lutou muito e obteve conquistas importantes, como a doação de uma caldeira para o Hospital da Criança Santo Antônio, na época localizado na Avenida Ceará, a modernização da Estação de Bombeiros da Floresta, o que inclui a doação de colchões, travesseiros e material de cama e banho para seus integrantes, e as campanhas de apoio na construção do novo prédio da 3ª Delegacia de Polícia, bem como a doação de coletes balísticos, rádio comunicadores e até mesmo de uma viatura para o 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), a instalação de gabinete dentário na Vila Planalto, a criação do Conselho de Segurança Comunitário (Consepro) e as ações de alfabetização de adultos, entre uma infinidade de outras realizações.
Em 1986, a ACC abraçou a reivindicação dos seus vizinhos próximos e fez uma campanha para que a PMPA implementasse um projeto paisagístico no Morro Ricaldone. Quando a obra ficou pronta, foi considerada um modelo por obedecer à legislação ambiental da Cidade.
Por meio da Câmara Municipal de Porto Alegre, foi declarada de utilidade pública, de acordo com a Lei nº 6.737, de 26 de novembro de 1990. “É com muito esforço que a ACC caminha, pois não conta com nenhum tipo de verba pública, o que lhe dá independência para reivindicar, criticar e elogiar quando é preciso. A entidade se mantém por meio de promoções, atividades sociais e associação contributiva de pessoas físicas e jurídicas”, justificou Ramiro ao propor a homenagem.
Em 2004, a ACC trouxe uma ideia inovadora para a época: instalar câmeras de monitoramento no Bairro Floresta, ideia que recebeu o apoio de diversos empresários locais, cansados de estarem à mercê da violência. O projeto, quando foi divulgado, extrapolou os limites do bairro e passou a ser uma proposição também de outras regiões da Cidade, acabando por ser adotado pelo Governo Estadual do Rio Grande do Sul.
Em 2005, promoveu grande campanha de atendimento às 83 famílias da Vila dos Papeleiros, que havia sido destruída por um grande incêndio, desabrigando centenas de pessoas carentes. Foram arrecadados uma tonelada e meia de alimentos e 3 mil peças de roupas. Mas também foi um ano marcante de apoio aos moradores da Rua Paraíba: foi concluído um túnel verde encantador e uma das mais bonitas e arborizadas vias da Cidade que sofre com o depósito de lixo irregular. O problema persiste até hoje.
Além disso, a ACC brigou muito pela falta de iluminação nas ruas e se lançou de coração sobre o projeto do conduto forçado Álvaro Chaves-Goethe, de 2005 a 2008, acompanhando de perto as obras que afetariam tanto o bairro como o seu entorno por mais de três anos. Lutou muito contra a degradação da região, causada por drogas e pela prostituição na Rua São Carlos, assunto que ainda incomoda e que não sai da pauta de luta da ACC.