Tribuna Popular

Associação de Artes Plásticas critica contratualizações para o Atelier Livre

  • Tribuna Popular sobre cursos do Atelier Livre e Pinacoteca Rubem Berta. Na foto: Jaime Rodrigues, vice-presidente da Assoc. Amigos do Capitólio
    Rodrigues, da Associação cinemateca Capitólio, lembrou histórico de lutas na cultura porto-alegrense (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
  • Tribuna Popular sobre cursos do Atelier Livre e Pinacoteca Rubem Berta. Na foto:
    Manifestações foram acompanhadas, nas galerias, por apoiadores do Atelier Livre (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

Com a temática da contratualização dos cursos do Atelier Livre e da Pinacoteca Rubem Berta, a Tribuna Popular da Câmara Municipal de Porto Alegre recebeu, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (5/3), a Associação Riograndense de Artes Plásticas. A presidente Lisiane Rabelo Machado e o vice-presidente da Associação Amigos do Capitólio, Jaime Rodrigues, dividiram o tempo de fala para se manifestarem a favor da preservação da cultura na capital e contra a proposta de contratos de professores que  Executivo vem tentando implantar.

Lisiane disse que a decisão de contratualização para o Atelier Livre precariza os trabalhadores, deixando-os sujeitos a contratos temporários sem direitos trabalhistas, diminuindo drasticamente o número de servidores. “A nossa preocupação em relação ao Atelier Livre é de que venha a haver um completa desvirtuação de seu caráter. De uma instituição que preza o desenvolvimento da linguagem artística dos alunos em contato com o professor para um local de ‘cursinhos práticos temporários’ sem nenhuma responsabilidade com o nosso patrimônio artístico.”

Lisiane Machado disse ainda que o Atelier tem sido castigado com investimentos mínimos, sem concurso para professores desde 1996 e com uma estrutura precária e sem segurança. “A Pinacoteca, apesar do investimento também cada vez menor, continua funcionando bem. Mas, qual a justificativa para entregá-la para a iniciativa privada?”

Jaime, representando a Associação Amigos do Capitólio, falou sobre a importância da constante discussão sobre a atual situação do Atelier e do Capitólio. “Desde 1995 reuníamos a sociedade com profissionais da área para a construção de diretrizes e ideais com o apoio da prefeitura. O que está acontecendo agora é obscuro e não transparente.” Ele falou também sobre a irresponsabilidade do prefeito de querer fazer o contrato de cinco anos no final de seu mandato, deixando tudo nas mãos da próxima gestão.

Vereadores

Na oportunidade, vereadores manifestaram-se sobre o tema da Tribuna Popular.

LUTA - Adeli Sell (PT) disse que a sociedade porto-alegrense sempre lutou para preservar seu patrimônio histórico e cultural, e que o Atelier representa o coração da cultura da cidade. “Apenas pessoas capacitadas podem dirigir uma instituição como essa, pois ali se ensina a arte. Não podemos trocar a gestão de alguém que entende do assunto por alguém ‘de confiança’ da prefeitura que não conhece a história do lugar.” Adeli falou sobre a importância de se mobilizar, junto aos colegas vereadores, para garantir que a vida cultural da cidade seja preservada.

RESPEITO - Marcelo Sgarbossa (PT) disse que uma cidade mais humana é aquela que respeita suas crianças, seus idosos, pessoas com limitações e a sua cultura. “O Atelier vai completar 60 anos e o prefeito, em seu último ano de governo, quer impor mudanças como essa.” Ele lembrou do final do mandato do ex-prefeito José Fortunati, que “mandava projetos dos quais muitas vezes não concordava em nome dos prefeitos que iriam assumir depois dele, já que eles que iriam lidar com essas questões dali pra frente”. Ele disse estar torcendo para que a Câmara continue barrando esse tipo de proposta.

Texto

Lara Moeller Nunes (estagiária de Jornalismo)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)