Tribuna Popular

Associação defende direitos das pessoas com altas habilidades

  • Tribuna Popular com a Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades – Superdotação – AGAAMSD.
    Para Guilherme Rodrigues, pessoas com altas habilidades e superdotadas são pouco compreendidas e negligenciadas (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Tribuna Popular com a Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades – Superdotação – AGAAMSD.
    Lexandra Rodrigues preside a Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades/Superdotação (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Na Tribuna Popular da sessão ordinária desta segunda-feira (7/6), na Câmara Municipal de Porto Alegre, a presidente da Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades/Superdotação (Agaahsd), Lexandra Rodrigues, destacou que a ONG, criada em outubro de 1981, tem como objetivo lutar pelos direitos das pessoas com altas habilidades e superdotação. “Temos como prioridade básica, buscar melhorias nas políticas públicas, procurando contribuir com as famílias, educadores e com a sociedade, para que possam reconhecer, compreender e valorizar este público.” A presidente da ONG disse ainda que os alunos precisam de recursos e apoio na sala de aula e chamou o estudante Guilherme da Silva Rodrigues para ocupar a Tribuna.  

Ao falar em Plenário, Guilherme salientou que no Brasil há cerca de 6 milhões de pessoas com altas habilidades e superdotadas (PAH/SD), que constituem um grupo pouco compreendido e negligenciado devido aos insuficientes programas direcionados para atender necessidades específicas e favorecer o desenvolvimento de homens e mulheres que vivem esta realidade. Segundo ele, as escolas não estão devidamente preparadas para maximizar o potencial de aprendizagem e adaptabilidade de alunos que apresentam atraso no desenvolvimento cognitivo e que o mesmo ocorre aos que se destacam por apresentarem potencial superior, inteligência ou criatividades elevadas, independentemente de algum tipo de deficiência. “Para que a PAH/SD seja reconhecida e respeitada, com acesso a direitos básicos, é preciso desenvolver um olhar mais humano e buscar ações políticas de suporte. Precisamos de escolas mais preparadas, educadores bem informados, profissionais mais qualificados, famílias amparadas e uma sociedade que compreenda que cada ser humano é único. É preciso combater a falta de informação, o descaso e o preconceito, que tornam este público invisível”, ratificou Guilherme.

Vereadores

O vereador Jessé Sangalli (Cidadania) disse que conhece a situação por experiência própria e se manifestou contra a educação inclusiva, que, segundo ele, propõe colocar as crianças especiais na escola normal com outras crianças. No entendimento do vereador, “a medida inclusiva é para retirar custos da escola especial" e que, na prática, ao invés de acolher as crianças, elas eram prejudicadas porque sofriam preconceito. "Nem a criança nem a família interagiam.” Sangalli disse que é a favor das escolas especiais, com turmas para pessoas superdotadas, para que tenham acompanhamento especial e consigam entender a matéria.

Alvoni Medina (Republicanos) lembrou que, em 2019, instalou a Frente Parlamentar em defesa das pessoas com altas habilidades e superdotação para estabelecer políticas públicas no sentido de ampliar o atendimento nos aspectos emocionais e pedagógicos de alunos, professores e familiares. Ele citou a Lei 12815/2021, de sua autoria, que institui a Política Municipal de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e o atendimento especializado aos estudantes identificados com altas habilidades e superdotação em Porto Alegre. Medina agradeceu ao grupo técnico que instituiu o Agosto Laranja na Capital, “para ampliar a conscientização e combater o preconceito dentro das escolas”, relatou. E convidou a todos para a exposição “Um olhar sobre a superdotação”, que acontece de 10 a 13 de agosto na Pinacoteca Aldo Locatelli – Praça Montevidéu nº 10, em Porto Alegre.

Ainda falaram os vereadores José Freitas (Republicanos) e Jonas Reis (PT). Também estiveram presentes a secretária municipal de Educação, Janaína Audino, o presidente da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PCD e PCAH no Rio Grande do Sul (Faders), Marquinho Lang, e as professoras da Sala da Integração e Recursos para Crianças com Indicadores de Altas Habilidades/Superdotação (SIR), Aline Russo e Renata Vanin da Luz.

Texto

Glei Soares (reg. prof. 8577)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:superdotaçãosuperdotadosnecessidades especiaisaltas habilidades