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Atrasos provocados pela pandemia não interrompem andamento do Pacto Alegre

Reunião para tratar do Pacto Alegre. Na foto, coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto.
Luiz Carlos Pinto, que coordena o Pacto Alegre (Foto: Martha Izabel/CMPA)

O andamento e a continuidade do Projeto Pacto Alegre durante e pós pandemia foi tema da reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Legislativo da capital gaúcha nesta terça-feira (18/5). Conforme o professor da Ufrgs e coordenador do projeto Luiz Carlos Pinto, os trabalhos foram prejudicados, “mas não interrompidos”, pela crise e situação de calamidade. Ele informou que a perspectiva é de que, em julho próximo, a se manter a redução dos efeitos da doença em Porto Alegre, a mesa de entidades participantes deverá se reunir para debater a aprovar uma proposta de reordenamento das metas para o projeto que objetiva transformar a capital gaúcha em referência global de inovação. Segundo ele, por duas vezes, essa reunião foi adiada, nos aniversários da cidade em 2020 e 2021.

Idealizado a partir da Aliança para Inovação de Porto Alegre, por três universidades sediadas na capital (Unisinos, PUC e Ufrgs), o Pacto nasceu em março de 2019 com o apoio de 79 entidades. Hoje já são 110 e incluem representantes de poderes públicos, como o Executivo e o Legislativo municipais.

Para o coordenador, a retomada das conexões com a prefeitura e a Câmara Municipal são passos importantes e estão em andamento para a revisão dos projetos estratégicos, bem como do estabelecimento de proposta para uma nova agenda 2021. Com o Executivo, na pauta e em andamento ações como a de melhoria no sistema 156; apoio a prevenção e combate ao covid e voltada à saúde digital; atração de startups e formação de professores e gestores, entre outras.

No âmbito do Legislativo, Pinto destacou a necessidade de ajustes ou criação de expedientes legais para reduzir a burocracia, estimular novos negócios, dar a agilidade ao debate da Lei de Inovação e da Revisão do Plano Diretor; “tudo voltado ao resgate da autoestima e da melhoria da condição de vida das pessoas na cidade”.

Retrospectiva

Luiz Carlos Pinto lembrou que em maio de 2019 se iniciaram as discussões para a primeira agenda de projetos, sendo ela apresentada em dezembro do mesmo ano à mesa formada pelas instituições participantes. Entre as metas, na área da Educação, a criação de um MBA voltado ao ecossistema da inovação; no Design, a produção de uma logomarca para representar Porto Alegre; no campo da legislação, o estabelecimento de diretrizes urbanas inovadoras; na economia um projeto de Crowdfundign junto ao Banrisul; além de iniciativas a partir da intervenção das comunidades, como o Hands on 4D; do fomento para a criação de polos empreendedores, como a Rota Cervejeira; e da qualificação de servidores e gestores.

Ajustes

O coordenador do Pacto destacou que a pandemia interrompeu algumas ações, mas outras tiveram prosseguimento ou foram ajustadas à nova realidade, como a de esforços para garantir a sobrevivênciade pequenos negócios, a partir do apoio em assessoria técnica, capacitação, exposição em marketplace digitais, acesso a informação e financiamentos; da criação de sistemas para a área da saúde, voltada a produção de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) para impulsionar negócios de baixa complexidade; assim como de soluções para o gargalo da mobilidade urbana e, também, do uso de monitoramento eletrônico de aglomerações e higienização por drones e outras tecnologias.  Outros projetos que tiveram continuidade foram o da realização por meio digital do Festival POA 2020; de alterações no sistema de licenciamento com o uso da Tecnologia da Informação; e do incentivo a produção de terrários em áreas urbanas em desuso na cidade.

Vereadores

Felipe Camozzato (Novo), presidente da CCJ e proponente da pauta, destacou que tem conversado com empreendedores de abrangência nacional e internacional do setor. Segundo ele, as empresas observam que Porto Alegre leva vantagem na atração de negócios por ser um ambiente onde se encontra mão de obra qualificada com um diferencial de custo reduzido em relação a outras cidades. Ainda, que o bairrismo é um dos principais motivos pelo qual as empresas permanecem na capital; enquanto  a burocracia e as dificuldades encontradas tem sido a razão para a saída. Camozatto também citou o trabalho iniciado na Legislatura passada pela Comissão do Revogaço, voltado a eliminar leis inócuas e em desuso.

Ramiro Rosário (PSDB) elogiou o trabalho feito pela coordenação do Pacto e todos os seus parceiros. Disse que, sem desconsiderar os projetos estruturantes, tem especial apreço por projetos pontuais, como o Hands Of 4D. Referiu as melhorias na iluminação pública com a conversão para o sistema LED em parte das avenidas São Pedro e São Paulo; a ampliação da limpeza sistemática dos focos de lixo em um quadrilátero modelo, e também a intervenção do setor privado na ConselheiroTravassos, com a qualificação de pontos da drenagem, e no paisagismo urbano, cujo resultado, “é e um ambiente atrativo para o turismo, melhor para empreender e viver”. Para Rosário, são ações, “que podem parecer pequenas, mas tem um sentido mobilizador para a comunidade que começa a ver projetos saindo do papel e que transformam a realidade da sua rua, do seu bairro”.

Além de Camozzato, Rosário e Pinto, também participaram da reunião, os vereadores Cláudio Janta (SD), Comandante Nádia (DEM), Leonel Radde (PT), Mauro Pinheiro (PL) e Pedro Ruas (PSOL). Janta, Pinheiro e Ruas manifestaram apoio à iniciativa do Pacto e elogiaram o trabalho do professor Luiz Carlos Pinto.

Entre as mais de 40 presenças na sala virtual da reunião, estiveram presentes e registraram suas participações em ações do pacto o jornalista Thiago Ribeiro, que liderou a Rede Global de Empreendedorismo (RGE), atualmente executivo da 4all e voluntário no Pacto; Camila Borelli, CEO da Nau Live Spaces, hub de inovação e empreendedorismo, empresa que funciona no prédio histórico da antiga sede do clube Gondoleiros; e Bruno Bastos, da Associação Gaúcha de Startups (AGS).

Texto

Milton Gerson (reg. Prof. 6539)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)