Tribuna Popular

ATTROPA pede retorno de cobradores no transporte público

  • Tribuna Popular, Associação dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Passageiros de Porto Alegre – ATTROPA.
    Gerson Assis falou em nome da ATTROPA (Foto: Cristina Beck/CMPA)
  • Tribuna Popular, Associação dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Passageiros de Porto Alegre – ATTROPA.
    Vereadores e representantes da ATTROPA (Foto: Leonardo Lopes/CMPA)

O período de Tribuna Popular da sessão desta segunda-feira (10/7) da Câmara Municipal de Porto Alegre foi ocupado pela Associação dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Passageiros de Porto Alegre (ATTROPA). O representante da ATTROPA e ex-presidente  da associação, Gerson Assis, falou sobre a retirada dos cobradores do transporte público.

 

Ele destacou dados técnicos apresentados pela Empresa Pública de Transporte Coletivo (EPTC) em 2019 que atestavam que o impacto no custo da passagem, ao se retirar os cobradores das linhas, representaria uma redução de R$ 0,05 no valor da passagem. “Este é o preço do desemprego de milhares de famílias, atiradas à sorte e à incerteza”, apontou.

 

“Verifiquei que os senhores e as senhoras se preocuparam em reduzir ao máximo o impacto que esta violência iria gerar à categoria”, ressaltou Assis, ao se referir à lei municipal n.º 12.910/2021, que, segundo ele, possui mecanismos protetores à categoria. “Uma verdadeira estabilidade provisória para os cobradores”, destacou.

 

Ele citou o artigo 3° da lei, que diz que não será efetuada a reposição de vaga para a função do cobrador nas seguintes hipóteses: rescisão de contrato de trabalho por iniciativa do cobrador, despedida por justa causa, aposentadoria, falecimento do empregado e interrupção ou suspensão do contrato de trabalho. “Apenas nesses cinco  casos, o posto de trabalho será encerrado”, afirmou.

 

Porém, Assis alertou que, hoje, cerca de 70% dos cobradores já foram retirados de suas funções, de maneira irregular e arbitrária. “Posso afirmar que nem 1%  se enquadram em algumas das cinco hipóteses legisladas”, disse. Ele cobrou que a lei seja aplicada da forma correta. Assis também criticou o subsídio da prefeitura ao transporte público, uma vez que já não há mais cobradores e o valor da passagem continua alto.

 

“Senhores e senhoras vereadores, somos nós que protegemos seus filhos, suas filhas e esposas, de ataques de abusadores sexuais – ocorrência que se multiplicou, por não ter mais a presença do cobrador”, afirmou Assis. Ele pediu a revisão e a reversão da lei n.º 12.910/2021, para trazer de volta a figura do cobrador ao transporte coletivo da Capital.

 

Texto

Josué Garcia (estágiário de Jornalismo)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)