Cedecondh

Avanços no tratamento de dependência serão apresentados ao plenário

  • Ampliação dos serviços dos caps para dependentes quimicos. Presença da SMS e Associação São Carlos. Giovani Abrahão Salim Junior
    Giovanni Salum destacou importância da estruturação do Plano Municipal de Saúde Mental (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Ampliação dos serviços dos caps para dependentes quimicos. Presença da SMS e Associação São Carlos. Sra. Arlete Franck
    Para Arlete Fante, o grande diferencial está na qualificação do pessoal que atua no atendimento aos usuários (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Por sugestão do vereador e presidente da Cedecondh, vereador Moisés Barboza (PSDB), a apresentação que demonstrou avanços na qualidade do serviço prestado e a ampliação dos equipamentos públicos de Porto Alegre para o atendimento a cidadãos dependentes de álcool e drogas será levada ao plenário, para que seja dado conhecimento aos 36 parlamentares. A proposta resultou do encontro da comissão, realizado na manhã desta quinta-feira (11/4), com a participação de representantes da prefeitura, gestores do sistema, de comunidades assistidas e vereadores.

Conforme o gestor de saúde mental da Secretaria Municipal da Saúde, Giovanni Salum, a Capital, desde o final de março, passou para um outro patamar na qualidade do atendimento a usuários de álcool e drogas, com a implantação de novos espaços, entre eles o Centro de Atendimento Psicossocial AD4, que está localizado na área central com operação nas 24 horas do dia. Ele destacou que esse avanço só está sendo possível em razão da estruturação do Plano Municipal de Saúde Mental, elaborado em um ano e meio de discussões e análises, que se baseia em seis pontos principais: a adoção do modelo de cuidados, a ampliação da rede de atendimento, o aprimoramento das ferramentas de regulação e protocolos, a avaliação de qualidade do sistema, o enfrentamento de estigmas e a comprovação científica das intervenções.

Salum também ressaltou que, dos cerca de 600 atendimentos mês realizados pelos CAPs, 400 deles tem como base problemas com uso de álcool e drogas, sendo a demanda crescente no município e, portanto, justificada a preocupação da prefeitura em investir na melhoria do sistema. Ele lembra que o trabalho vai além da tentativa de interromper o uso de drogas e álcool pelos usuários, pois é preciso que sejam atacados os fatores de risco, “que se originam, por exemplo, em traumas familiares, abandono da escola, entre outros. Por isso é preciso que essa seja uma ação transversal que interligue com outros programas de outras áreas, como a da assistência social, educação e esporte.

Dos oito CAPs de Porto Alegre, quatro estão sob a gestão terceirizada à Associação São Carlos (Aesc), mantenedora do Hospital Mãe de Deus. De acordo com a gestora de saúde da instituição, Arlete Fante, o grande diferencial está na qualificação do pessoal que atua no atendimento aos usuários do sistema. “É preciso que gostem de gente, porque é com gente que eles vão trabalhar”, ressaltou. Ela ainda lembra o pioneirismo do CAPS AD4, que está em funcionamento desde o dia 29 de março, “que além do atendimento 24 horas, é considerado um CAPs a céu aberto”. Segundo ela, foram retiradas todas as barreiras físicas de acesso. “A calçada se integra à entrada do prédio, sem cercas, muros e que está sempre com as portas abertas, porque trabalhamos com um tipo de público que já tem barreiras pessoais para buscar o atendimento e, quando ela chega até nós, precisa ser acolhida imediatamente”, finalizou.

Para o vereador Moisés Barboza, que atua em instituições de apoio a jovens há 25 anos, os espaços são modernos, com instalações dignas e profissionais qualificados. “Nunca, esse tempo todo, tive a oportunidade que tenho hoje de afirmar que existem espaços adequados para o acolhimento gratuito e dentro dos melhores padrões, para quem tem problemas com álcool e drogas”, declarou. Barboza sugeriu que a apresentação feita à Cedecondh seja levada ao plenário em um Dia Temático, “para que, antes do início da sessão, os 36 vereadores possam ter conhecimento do belo trabalho que está sendo realizado”. Ele afirmou que é preciso despolitizar e despartidarizar o debate sobre um tema “tão relevante”.

Participaram da reunião os vereadores Comissário Rafão Oliveira (PTB), Cassiá Carpes (PP) e Nelcir Tessaro (DEM). Também estiveram presentes e compuseram a mesa: Rodrigo Carpe, gestor do Crip Lomba do Pinheiro; Ana Lúcia Almeida, João José Marcelo e Álvaro Nunes, membros do Conselheiro Gestor do Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro; Tarsila Crusius, mestranda da UniRitter; e Fernando Lemos, coordenador de Comunicação da Aesc.

Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:Capsdependência químicaálcooldrogas