Câmara comemora os 43 anos do Movimento Negro Unificado
Foi durante o Período de Comunicações da sessão ordinária desta segunda-feira (9/8). O presidente do Movimento Negro Unificado, comissário de polícia aposentado Luiz Felipe Teixeira, disse que esta trajetória não é de luta apenas pelo povo negro, mas, pelo país, como um todo. Lembrou que faz 50 anos que surgiu, em Porto Alegre, com o grupo Palmares, a comemoração do dia 20 de novembro, que acabou adotada por todo o país. Citou nomes de lideranças como as do dramaturgo e professor universitário Abdias do Nascimento e do poeta Oliveira Silveira; afirmou que a abolição da escravatura foi uma enganação, porque, antes de conceder a liberdade aos escravos, foram feitas leis que impediam os negros de estudarem ou comprarem terras e eles acabaram sendo jogados nas ruas. Entre as conquistas desta parcela da população, registrou a transformação do racismo num crime, o reconhecimento das terras ocupadas por descendentes de quilombolas e o ensino da história e da cultura da África. Teixeira convocou todos os vereadores a se engajarem, que, em sua opinião, não é apenas em favor dos negros, mas, da própria sustentabilidade do país. Segundo ele, uma nação que exclui mais da metade da sua população do acesso à cultura, à educação e ao emprego, não tem como se desenvolver. Lembrou que foi, graças ao trabalho dos negros, debaixo de chicote, que o Brasil, em 1850, já era um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo. Por fim, defendeu o que chamou de enegrecimento das estruturas de poder, com a participação, cada vez maior, dos negros, não apenas na Câmara, mas, no Ministério Público e no Judiciário; que não basta não ser racista, que é preciso ter uma atitude pró-ativa e de respeito ao protagonismo do negro; agradeceu a todos os vereadores pelo convite e, em especial, a Matheus Gomes (PSOL) e Alexandre Bobadra (PSL), por terem aberto espaço, na Comissão de Direitos Humanos, para discussão do tema, principalmente com relação a segurança pública onde, entende, o povo negro é massacrado. A homenagem foi sugerida pelo veradora Matheus Gomes (PSOL).