Plenário

Câmara destaca os 43 anos do Movimento Negro Unificado

  • Período de Comunicações em Homenagem aos 43 anos do Movimento Negro Unificado – MNU.
    MNU recebeu homenagem da Câmara na sessão desta segunda-feira (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Período de Comunicações em Homenagem aos 43 anos do Movimento Negro Unificado – MNU.
    Felipe Teixeira falou em nome do Movimento (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

O período de Comunicações da sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre desta segunda-feira (9/8) foi destinado a homenagear o transcurso dos 43 anos do Movimento Negro Unificado – MNU –, de autoria do vereador Matheus Gomes (PSOL).

 

"É uma das principais entidades do movimento negro do nosso país. É uma honra poder fazer essa homenagem e trazer para a tribuna o diálogo do combate ao racismo. Ao longo de séculos e décadas fomos impedidos de ter a representação organizada com plenos direitos", destacou o proponente. O vereador relembrou momentos históricos do movimento, da influência das revoluções mundiais e que o movimento surgiu da decadência do Regime Militar. "Não estamos no mesmo lugar, de lá para cá a luta foi dura mas tivemos conquistas importantes, como cotas, direitos da classe trabalhadora e outras no campo subjetivo da consciência. Vimos ainda crescer a autoidentificação negra no nosso país e a maioria da população identificar como necessária a luta contra o racismo", finalizou Gomes.

 

O coordenador estadual do MNU, Felipe Teixeira, destacou que a história do Movimento não é apenas uma trajetória de vida, mas sim pelo povo negro e pelo país. "Quando se luta em defesa do povo negro, estamos lutando por mais da metade da nossa população. O estado brasileiro se preocupou em construir uma legislação que impedia os negros de viverem numa sociedade igualitária", lembrou. Teixeira disse também que é  importante que todos saibam que essa luta já teve grandes conquistas, como quando o racismo foi transformado em crime, assim como o reconhecimento das terras e comunidades quilombolas. Também falou da lei que prevê o estudo da história da cultura da África e a contribuição para o nosso país. "Lutar contra o racismo é defender a sustentabilidade do nosso país e tem que ser um lugar de luta de todos. Não basta não ser racista, mas sim ser antirracista", completou.

 

A vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB) destacou a história da entidade e disse sentir-se muito orgulhosa de fazer parte dessa homenagem. "Essa estrada foi pavimentada por vocês. Agradeço como mulher, negra e jovem, que sabe da importância da ancestralidade e que ao longo deste processo a nossa resistência foi fundamental para que as políticas públicas chegassem ao povo negro e às periferias", comentou. 

 

A vereadora Laura Sito (PT) também falou sobre o orgulho da homenagem. "Se estamos aqui, é através de muita luta do nosso povo por representação e justiça. O MNU desde 1978 iniciou sua organização com a luta da juventude contra o racismo, a violência policial e o direito pelo trabalho.  Uma agenda afirmativa de direitos do povo negro se torna fundamental. A nossa luta por igualdade é central na construção de outro país, num projeto de nação onde o povo de fato seja emancipado com seu direito básico, o direito à vida", falou.

 

A vereadora Karen Santos (PSOL) saudou os 43 anos do Movimento Negro Unificado (MNU) que, segundo a parlamentar, “contribuiu muito para a luta que permitiu a constituição da primeira bancada negra da Câmara Municipal de Porto Alegre”, das políticas afirmativas, do Estatuto da Igualdade Racial, dos Quilombos Urbanos e outras pautas defendidas pelo movimento ao longo desse período. Lembrou que, em 2022, se completam dez anos da luta por politicas afirmativas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sempre com a presença do MNU, e disse que é importante atualizar as discussões para as próximas gerações.

Texto

Grazielle Araujo (reg.prof. 12855)
Milton Gerson (reg. prof. 6539)

Edição

Marco Aurélio Marocco (Reg. Prof. 6062)