PLENÁRIO

Câmara discute políticas para melhorar vida dos idosos na Capital

Cidade Amiga do Idoso. Orador: Sr. Lélio Falcão
Lélio Falcão destacou os esforços para Porto Alegre se tornar Cidade Amiga do Idoso (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Durante sessão ordinária, nesta quinta-feira (5/3), da Câmara Municipal de Porto Alegre, no período de Comunicação temática, Lélio Luzardi Falcão, presidente do Conselho Municipal do Idoso, falou sobre o tema Cidade Amiga do Idoso. A titulação, concedida pela Organização das Nações Unidas (ONU), possibilita a Porto Alegre captar recursos da esfera internacional, através de parcerias com governos de diversos países, como explicou Falcão.

O orador trouxe dados, referentes a outubro de 2019, que indicam o aumento da população acima dos 60 anos de idade em Porto Alegre. Segundo ele, os cidadãos dessa faixa etária representam quase 300 mil eleitores, destes, sendo 57 mil acima dos 80 anos. “É uma população muito importante. Quando se diminui para mais de 45 anos, se chega a 52% da população da capital”. Falcão enumerou medidas que fazem de Porto Alegre uma cidade favorável aos idosos, como o projeto Hospital Amigo da Pessoa Idosa, do Hospital Santa Casa, os centenários asilos existentes, além de diversas casas que fazem reuniões toda semana, promovendo atividades para essa parte da população.

Fundo Municipal do Idoso

Falcão trouxe que Porto Alegre foi a primeira cidade do Brasil a implantar o Fundo Municipal do Idoso, além de citar uma iniciativa da Receita Federal, a qual possibilita que qualquer pessoa, instituição ou entidade doe até 3% do seu Imposto de Renda para o fundo, incentivando o investimento em políticas públicas para a terceira idade. O convidado citou uma série de reportagens do jornal Zero Hora, citando a movimentação econômica dos idosos no Brasil, chegando a R$ 1,6 trilhão, exaltando o potencial esportivo, turístico e cultural dessas pessoas.

“A inscrição está vencida, mas não eliminada. Precisamos tomar algumas medidas urgentes para concluir o processo, não pode ser perdida a certificação, pois pode-se perder investimentos”, disse Falcão. Foram apresentados os oito eixos em que Porto Alegre precisa se enquadrar para estar apta ao título, são eles: Espaços abertos e prédios; Transporte; Moradia; Participação Social; Respeito e Inclusão Social; Participação Cívica e Emprego; Comunicação e Informação; Apoio Comunitário e Serviços de Saúde. “Quase todos os vereadores são muito parceiros nessa causa, esperamos contar com todos”, completou.

Vereadores

ATENÇÃO – “Idoso se trata com respeito com a efetiva dignidade da pessoa humana”, iniciou Adeli Sell (PT), que citou o caso de Jaime Rodrigues, vice-presidente da Associação dos Amigos do Cinema Capitólio (AAMICA), que adentrou o Plenário com o corpo e rosto manchados, uma vez que caiu em plena Avenida Borges de Medeiros, devido a situação da via pública. “O idoso não precisa mais votar, mas se o encantássemos com políticas de cidadania, depois dos 80, 90 anos seguiriam votando”, disse, pedindo atenção à saúde pública para o idoso. O vereador revelou estar estudando o acesso das pessoas a medicamentos, principalmente os de alto custo. “Vamos combater a enganação. Entrar numa farmácia é uma temeridade. Temo quando passo na quadra que tem nove farmácias na Rua da Praia, ali os idosos são quase sempre logrados”. (RF)

PRIORIDADE – Aldacir Oliboni (PT) acredita que políticas públicas com recursos destinados ao idoso, principalmente ligados à área da saúde, deveriam ser prioridade para o governo, em todas as esferas. O vereador sugeriu uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) específica para os idosos, assim como já existe em Canoas. “Porto Alegre estacionou em relação ao atendimento com a população, ainda mais com os idosos”. Oliboni apontou que existe uma enorme deficiência nesse quesito na capital e ainda alertou para uma doação de R$ 2 milhões, realizada através do Programa de Iniciativa à Prática de Atividade Esportiva (PIAF), que pode ser destinada para outras ações, pelo governo municipal, mesmo que não tenha nada a ver com idoso. Oliboni recomendou que a doação seja usada para reinstituir convênios que beneficiem o idoso, como a parceria com o Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS. (RF)

VALORIZAÇÃO - Clàudio Janta (SD) disse que na vida só temos duas certezas: que vamos nascer e morrer e pediu políticas públicas para os 52% da população que passaram “o meio caminho”. “Temos que ter um cidadão com dignidade na melhor idade”, disse Janta, apontando que os idosos têm menos capacidade física, mas têm a capacidade mental e de vivência maiores que outras faixas etárias. “Os asiáticos e europeus usam essa mão de obra inteligente. Já nós jogamos no subemprego”, criticou. Janta alertou para o alto índice de depressão nessa faixa de idade. “É imprescindível que discutamos políticas públicas e não achar que o idoso é um fardo. Precisamos de mais clinicas geriátricas, melhor atendimento na área da saúde”, completou. (RF)

ELOGIO - Luciano Marcantônio (PTB) elogiou a política de inclusão ao recordar a construção do Fundo Municipal do Idoso, na gestão do ex-prefeito José Fortunati, entre 2011 e 2012. Com isso, o petebista destacou que a cidade avançou “muito na política dos idosos”, assim como se “tornou o município com a maior longevidade do Brasil”. Marcantônio observou, entretanto, que as pessoas com mais de 60 anos podem, sim, trabalhar. “Infelizmente, essa questão do trabalho vem barrada por um preconceito horrível”. Na visão do parlamentar, porém, a faixa etária citada tem o privilégio da sabedoria. “Temos que incentivar a sociedade a colocar o idoso no seu lugar. Ou seja, no lugar onde os jovens também estão.” (BSM)

Texto

Rian Ferreira (estagiário de Jornalismo)
Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)