Plenário

Câmara presta homenagem aos 25 anos da Emef Migrantes

  • Período de Comunicações em Homangem a EMEF Migrantes. Na foto, diretora da EMEF Migrantes Ana Paula Araújo.
    Diretora Ana Paula Araújo falou sobre a história e desafios enfrentados pela Migrantes ao longo de 25 anos (Foto: Débora Ercolani/CMPA)
  • Período de Comunicações em Homangem a EMEF Migrantes. Na foto, vereador Mauro Zacher entrega homenagem à diretora da EMEF Migrantes Ana Paula Araújo.
    Ana Paula Araújo recebe diploma da Câmara, entregue por Mauro Zacher, em reconhecimento à trajetória da escola (Foto: Débora Ercolani/CMPA)

A Câmara Municipal de Porto Alegre prestou homenagem, durante a sessão ordinária desta segunda-feira (19/8), aos 25 anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Migrantes. Presidida pela vereadora Mônica Leal (PP) e proposta pelo vereador Mauro Zacher (PDT), a cerimônia contou com a presença de alunos, ex-alunos, professores e funcioários da instituição que, atualmente, tem sede na avenida Severo Dullius, no bairro Anchieta da Capital. 

“A Migrantes é uma pequena/grande escola”, introduziu Ana Paula Araújo, diretora da Emef, ao contar a trajetória da instituição que hoje atende cerca de 165 alunos. Segundo Ana Paula, a história da Migrantes se inicia com a necessidade da comunidade da Vila Santíssima Trindade, mais conhecida como Vila Dique, em ter uma escola nas proximidades. Formada por migrantes que se mudaram para Porto Alegre em busca de melhores condições de vida, Ana Paula relatou que a Vila Dique se assentou em cima de um dique construído para conter as enchentes do rio Gravataí, daí o nome da comunidade, e proteger o aeroporto Salgado Filho.

A partir do aumento de habitantes no local, houve a carência do acesso à educação. “Com uma batalha organizada por meio do apoio da igreja, da própria comunidade, de entidades e de empresas vizinhas, a Migrantes foi construída”, disse a diretora. Nas palavras dela, primeiro em 1991, “com o acesso informal à educação em uma sede construída com restos de materiais recicláveis”. Posteriormente, "com a efetiva legalização da Emef, em 1994, pela prefeitura do município". 

“A história da Vila Dique e da Migrantes está diretamente relacionada uma com a outra”, enfatizou Ana Paula, que, na mesma oportunidade, lembrou o ensinamento de que “a união faz a força”. Para a profissional, esta é uma das causas para a resistência de ambas. “Espero que a Migrantes continue sendo motivo de orgulho”, elogiou Ana ao agradecer as pessoas que “fizeram e fazem parte da instituição”.

Proponente

Na oportunidade, Mauro Zacher (PDT) entregou um diploma em homenagem à escola e a saudou pelos seus 25 anos de existência. “Já estive lá por duas ou três oportunidades. Sou testemunha do bom trabalho, do compromisso, do engajamento e do espírito coletivo”, destacou o proponente. Além disso, Zacher noticiou que a Migrantes faz parte do Programa Escolas Associadas da Unesco. Sublinhou ela ser referência não só no município, mas no Brasil e no mundo. E, por fim, mencionou a importância da educação pública de qualidade, com professores bem formados e remunerados. “Registro a luta dos 25 anos, mas que continuemos na luta para o ensino a todos”, concluiu o parlamentar. 

Vereadores

Vereadores do Legislativo, durante os períodos de Comunicações e Lideranças da sessão ordinária, trataram da homenagem à Emef:

DISCUSSÕES - Adeli Sell (PT) abordou a necessidade de discussões, na Câmara, sobre a área da educação. “Hoje temos um contingenciamento dos orçamentos locais, estaduais e nacionais com profundo corte de verbas na área”, lamentou ao falar, também, das bibliotecas que estão sendo fechadas, dos conflitos que têm invadido as escolas e da falta de orientadores educacionais. A partir disso, Adeli saudou a Emef Migrantes. “Recebemos vocês de braços abertos para dizer que vocês precisam trazer para cá as demandas da educação”, finalizou o petista. (BSM)

LUTA - Professor Alex Fraga (PSOL) destacou, durante os 25 anos de história da Emef, “o seu nascimento e manutenção”. Para Fraga, isso consiste na força e na luta da população do entorno do bairro. Segundo ele, “se não fosse a manifestação popular, o anseio e o desejo das pessoas da região, a escola não sairia do papel”. Na tribuna, o psolista lembrou Darcy Ribeiro. “Ribeiro já profetizava: se não aumentarmos o número de escolas, invariavelmente aumentará o número de presídios”. Ao final, Fraga parabenizou a Migrantes e reforçou a luta pela educação de qualidade, popular e emancipadora. (BSM)

Texto

Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:Emef Migrantes