Capital gaúcha vai ter cadastro de autistas

Os vereadores aprovaram, por unanimidade, na tarde desta quarta-feira (14/02), projeto que cria, em Porto Alegre, o Cadastro Único das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista. A proposta foi apresentada pela vereadora Psicóloga Tanise Sabino (PRD). Tem por objetivo identificar a quantidade de pessoas nesta condição e reunir, num só estudo, todas as informações recolhidas sobre elas, nos hospitais, clínicas e unidades de saúde da cidade, e melhorar o atendimento, especialmente nas áreas de saúde e educação. Cerca de 1,6 mil pessoas requisitaram carteira de identidade específica. Destas, 20% têm também alguma outra deficiência, 53% não possuem plano de saúde e 70% vivem em famílias que ganham até um salário mínimo e meio. Mas, se for repetida a prevalência observada nos Estados Unidos, é possível que mais de 37 mil porto-alegrenses sofram de algum grau do transtorno. O autismo é um grupo de alterações no desenvolvimento do cérebro que prejudica a evolução do aprendizado da criança como um todo. São comprometidos, em especial, a comunicação, tanto com palavras quanto com gestos ou expressões e a capacidade de se relacionar social e emocionalmente com as outras pessoas. Até o olhar nos olhos de outras pessoas e com isto estabelecer algum tipo de contato com os outros, para eles, é difícil. Os autistas, em geral, parecem viver isolados, num mundo só deles e costumam ter uma sensibilidade exagerada, ao barulho, por exemplo. Também têm interesses e repetem uma quantidade de movimentos muito restritos e intensos. Possuem, ainda, uma espécie de aversão ao toque e qualquer mudança de rotina ou situações novas e inesperadas podem provocar-lhes muita ansiedade, medo, irritação e até um desespero por voltarem, o mais rápido possível, ao que já conhecem, à repetição.