Capital terá Museu da História e da Cultura do Povo Negro
A Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou, nesta quarta-feira (20/10), projeto do vereador Tarciso Flecha Negra (PDT) que institui diretrizes para a construção do Museu da História e da Cultura do Povo Negro. De acordo com a proposta, o Museu da História e da Cultura do Povo Negro será construído, preferencialmente, no Largo Zumbi dos Palmares, localizado entre a Travessa do Carmo e a Avenida Loureiro da Silva, na Cidade Baixa.
O Museu da História e da Cultura do Povo Negro terá como objetivos principais a criação de um espaço para auxiliar as escolas no ensino sobre a história e a cultura afro-brasileira e divulgar a contribuição dos afro-descendentes para o desenvolvimento de Porto Alegre. Também deverá estimular o estudo dos hábitos e dos costumes dos afro-descendentes e tornar-se um centro de referência para estudos sobre eles no Município, bem como servir como espaço para a expressão e para a manifestação cultural do povo negro.
O Museu da História e da Cultura do Povo Negro terá, em seu acervo, fotografias, pinturas, livros, móveis e utensílios, além de outros objetos que possam reconstituir a contribuição cultural e histórica dos afro-descendentes no Município de Porto Alegre, no Estado e no país. O projeto do Museu, segundo o texto, deverá ser desenvolvido pelo Executivo Municipal, ouvindo o Movimento Negro de Porto Alegre mediante audiência pública.
Recursos
Para a construção do Museu, o Executivo municipal poderá destinar próprios municipais e celebrar convênios com órgãos públicos federais e estaduais e com entidades da sociedade civil sem fins lucrativos. Os recursos para a execução da proposta aprovada correrão por conta de dotação orçamentária própria, suplementada se necessário.
De acordo com o vereador Tarciso Flecha Negra (PDT), o povo negro teve um papel de extrema importância na constituição histórica, cultural e econômica do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre. A atuação da comunidade negra na arte, nos usos e nos costumes, no esporte, na política e no dia-a-dia da capital gaúcha, principalmente a partir de 1850, contribuiu para a formação da identidade da Cidade, diz Tarciso.
No entanto, observa o autor da proposta, a falta de registros escritos da época e, principalmente, a falta de reconhecimento do Poder Público e das instituições de ensino sobre a participação do negro nesse processo acabou colocando-o no plano secundário da formação do Estado. Segundo ele, o Museu se propõe a revisitar nossa história, passar a limpo nossa memória, para interrogar-nos sobre a formação da sociedade porto-alegrense e nossa cultura, fazendo-o, no entanto, a partir da perspectiva, do olhar e da experiência do próprio negro.
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)
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