Carnavalescos criticam falta de apoio municipal para carnaval 2019
Condições do Porto Seco também foram discutidas em reunião da Cece nesta terça-feira
A realização do carnaval no Porto Seco em 2019 foi tema de reunião na Comissão de Educação, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre na tarde desta terça-feira (4/12). Na oportunidade, como base para as discussões, foi considerado que, conforme já informado pelo Executivo Municipal, os festejos de carnaval da capital dependem exclusivamente das entidades, sem a possibilidade de intervenção ou participação do Poder Público. Também foi lembrado de Termo de Permissão de Uso do Porto Seco, com validade por dois anos e prorrogáveis por outros dois, para que as entidades possam estabelecer relacionamentos com a iniciativa privada, com o objetivo de viabilizar o carnaval.
No encontro, o secretário adjunto da Cultura do Município, Leonardo Maricato, foi questionado por representantes de entidades carnavalescas em relação as condições do Porto Seco para receber o evento, caso ele venha a ser promovido. Ele disse que o Executivo realizou parte da reposição da fiação para que a energia possa ser restabelecida no local. “Já colocamos 50% dos fios e agora falta uma vistoria para que possamos finalizar o trabalho”, disse ao ressaltar que, quanto à limpeza, foram feitas tratativas junto ao DMLU para que a mesma seja feita próximo a realização do carnaval. “Vamos deixar para mais adiante, senão o mato cresce novamente até lá”. E, em relação ao cercamento do local, Maricato disse que a prefeitura não tem condições: “Isso não vamos poder fazer”.
Emenda
Quanto à liberação de recursos para o Carnaval, o vereador João Bosco Vaz (PDT) observou que a prefeitura apresentou emendas ao Plano Plurianual (PPA) e à LDO prevendo R$ 1 milhão ao evento. Explicou, porém, que o Executivo errou ao apresentar as propostas via PPA e LDO. O correto, conforme ele, é incluir os recursos através de emenda ao Orçamento municipal, que deverá ser votado esta semana no Legislativo. “Peço que representantes de todas as entidades carnavalescas compareçam na Casa durante a votação” da emenda, pediu. Bosco ressaltou que será uma forma de pressionar os demais vereadores pela aprovação.
O vereador Cassiá Carpes (PP) igualmente enfatizou a importância das entidades amanhã na Câmara quando da votação da emenda. “Só assim vocês podem conseguir algum resultado”.
Cultura
Juarez Gutierrez, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de Porto Alegre (Liespa) lamentou a decisão da prefeitura em não apoiar o Carnaval em 2019. “A atual gestão municipal está matando uma cultura que vem sendo realizada há 70 anos em Porto Alegre”, criticou Gutierrez dizendo que não tem como ignorar o Porto Seco. “As estruturas das escolas estão lá e não podemos simplesmente sair”.
Na opinião do presidente da Escola de Samba Imperadores do Samba, Érico Leoti, a realização do carnaval é de responsabilidade do Poder Público. “Ele é que deve fomentar a cultura no município”, disse ele enfatizando que a população de Porto Alegre não deve aceitar que um segmento político acabe com o carnaval. “Este Legislativo também deve pensar que carnaval queremos para futuro”.
O jornalista André Machado, representando o Grupo Bandeirantes, também discorda da decisão do Executivo em retirar a verba destinada ao carnaval. “O Porto Seco é um próprio municipal, portanto, de responsabilidade do Município e não pode ser abandonado pelo mesmo”.
Reuniões
A reunião foi presidida pelo vereador Reginaldo Pujol (DEM) que sugeriu às entidades que mantenham reuniões permanentes. “Vocês não podem perder o rumo sob pena de perder o carnaval para sempre”, sugeriu. A reunião contou ainda com a presença dos vereares Alvoni Medina (PRB), Cláudio Conceição (DEM) e Sofia Cavedon (PT), além de diversas entidades ligadas ao tema.
Texto: Regina Andrade (reg. prof. 8423)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)