Caso dos 40 cães de Quintão
Conforme a Declaração Universal dos Direitos Animais, proposta pela UNESCO em 1978, todos os animais são sujeitos de direitos e estes devem ser preservados, estando o conhecimento e ações do homem a serviço da proteção dos animais, não podendo estes sofrer maus-tratos. Ou seja, cabe ao ser humano a preservação de toda e qualquer vida animal, principalmente aqueles de convívio domésticos, como cães e gatos, que são mais expostos por já terem perdido, em grande parte, seu instinto de sobrevivência.
Sendo assim, deveria ser obrigação do poder público elaborar políticas de proteção animal com os direitos mínimos que estes exigem, como atendimento veterinário gratuito para animais de rua e de população de baixa renda, castração universal, além de canis e gatis públicos. Mas e quando os governos não possuem essas políticas? Em geral, os protetores de animais acabam atuando pelo poder público, cuidando e abrigando cães e gatos em suas próprias casas. Na maioria das vezes, sem ajuda financeira, sobrevivendo de doações de simpatizantes da causa.
O problema é que o protetor não pode substituir a ação dos governos, ele deve ser um apoiador, jamais o único recurso. Há algumas semanas, presenciei uma das cenas mais chocantes que vi em minha vida. Um protetor que cuidava de quase 40 cães em Quintão, no litoral gaúcho, precisou ser hospitalizado às pressas. Por conta da gravidade da situação, os animais acabaram ficando abandonados na casa. Sem alimentação, eles comiam uns aos outros. Os vizinhos tentaram pedir socorro para a prefeitura, que alegou não poder ajudar por não ter um canil municipal. Foi preciso, então, realizar a busca de novos lares permanentes para cada um dos animais. Durante dois finais de semana, trabalhei fazendo a doação dos 40 cães.
Todos governos, tanto nas esferas, federal, estadual quanto municipal, precisam urgentemente elaborar políticas públicas adequadas para os animais, ou cenas como essa tendem a se repetir. É nosso dever como cidadãos pressionar nossos governantes para que os animais tenham seus direitos preservados. Proteger e preservar a vida de um animal é apenas devolver todo o amor incondicional que ele é capaz de nos dar sem pedir nada em troca.