Comissões

Cece discute orçamento para escolas de educação infantil

Atempa pede audiência pública para discutir projeto do Executivo sobre escolas da rede municipal.
Dirigentes da Atempa pedem manutenção das atuais regras para eleição das direções nas escolas (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu, na tarde desta terça-feira (29/10), para debater o orçamento a ser destinado para a educação infantil da cidade. Mediada pelo presidente da Cece, vereador Professor Alex Fraga (PSOL), a reunião também teve a presença de representantes da Secretaria Municipal da Educação (Smed), do Fórum de Entidades pela Associação de Apoio ao Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Asafom), da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa) e do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa).

Na oportunidade, Alex Fraga registrou que o encontro foi solicitado pela Asafom e oportunizado pela Cece com a intenção de sanar dúvidas e abordar informações a todas as entidades participantes. O vereador Engenheiro Comassetto (PT) comentou haver dúvidas estruturais, porque existem as escolas municipais - que são as públicas, e as escolas conveniadas, que são as entidades privadas agindo na educação pública. “Precisamos entender a aplicação da nova política às 216 conveniadas, questionarmos o edital para o próximo ano (se ele as acolhe) e conversarmos sobre a questão estrutural”, destacou Comassetto.

Representantes

Conforme o secretário da Educação, Adriano Naves de Brito, “saímos de um orçamento de R$ 128 milhões para R$ 155 milhões de investimentos na educação comunitária”. Segundo ele, “a rede municipal atende menos de 8 mil alunos, por isso a importância da comunitária”. Brito apresentou slides e mostrou alguns recursos destinados à educação. Num gráfico de ordem crescente, destacou o valor médio anual por aluno. A partir daí, enquanto em 2006 o valor médio foi de R$ 130,53 por estudante; em 2010, de R$ 199,38; em 2016, de R$ 333,46; a proposta é de que, em 2020, seja de R$ 603,75; e, em 2024, chegue a R$ 791,39 para cada discente.

Para complementar, o secretário observou que a Lei 8.666/93 - que trata das licitações e contratos da administração pública - não é tão eficiente na educação quanto a Lei 13.019/14 - destinada às parcerias e à mútua cooperação entre a administração pública e as organizações da sociedade civil. Brito lembrou que 2019 está acabando, e, com ele, iniciando uma nova etapa. Afirmou que a Smed tem dois objetivos: reforçar o atendimento no desenvolvimento das crianças de zero a 3 anos de idade, com a ajuda de profissionais capacitados, e enfatizar o trabalho de alfabetização na educação infantil, “com rendimentos, porque quanto mais as crianças avançam, mais baixo é o resultado delas”, lamentou. 

Ainda no tocante à educação infantil, Brito mencionou uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com financiamento do governo federal. “Queremos formar 2,5 mil profissionais que atuam em entidades e que não são professores”, salientou, ao ressaltar, também, as “1,5 mil vagas, no ano que vem, na educação infantil”.

Trabalhadores

Ao final, representantes da Atempa entregaram um ofício à presidente do Legislativo, vereadora Mônica Leal (PP). No documento, os trabalhadores em educação da Capital registram o envio, à Smed, das atas de instauração das comissões eleitorais do processo de eleição de diretoras e diretores, para o período de 2020 a 2022, nas escolas municipais. Nele, a Atempa reitera a necessidade de cumprimento da Lei Municipal 7.365/93 e do Decreto Municipal 11.295/95, assim como o compromisso com a defesa de uma gestão democrática e de uma educação pública gratuita e de qualidade. Ainda segundo a Atempa, existe um projeto de lei tramitando na Câmara e que altera o que já está em vigor há muito tempo. 

Também estavam presentes à reunião os vereadores Cassiá Carpes (PP) e Mauro Zacher (PDT) e a vereadora Karen Santos (PSOL), integrante da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab).

Texto

Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:Atempaeducação infantil