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Cece discute possibilidades para retorno do "Festival Cohab É Só Rap"

  • Reunião sobre a realização do Festival Cohab é só rap.
    Vereadores e integrantes do movimento avaliaram possibilidades para realização do festival em dezembro (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Reunião sobre a realização do Festival Cohab é só rap.
    Discussões foram acompanhadas por moradores de Porto Alegre, Alvorada, Cachoeira do Sul e Canoas (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu, na tarde desta terça-feira (20/8), para discutir sobre o retorno, ainda neste ano, do Festival Cohab É Só Rap - evento tradicional na zona Norte da capital. Viabilizado pelo vereador Roberto Robaina (PSol), que integra a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab), o encontro, que ocorreu em sala de reuniões do Legislativo, foi mediado pelo presidente da Cece, vereador Prof. Alex Fraga (PSol), e contou com a presença de representantes de secretarias do município, de cidades vizinhas, do rap e do hip-hop. 

“Infelizmente, o orçamento é aprovado e fica por isso mesmo. Não há a execução”, lamentou Robaina ao relatar que “esta (a realização do Cohab É Só Rap) é uma política pública já admitida pelos vereadores”. Conforme o parlamentar, o recurso para que o evento aconteça é pequeno. Na oportunidade, Robaina citou o montante de R$ 50 mil. Fraga ratificou as informações e informou que, só no primeiro semestre de 2019, houve um superávit de R$ 536 milhões nas receitas do Executivo e salientou: “R$ 50 mil seria um recurso modesto para a nossa juventude”.

Coletivo

Leandro Francisco Seré, integrante do Coletivo Embolamento Cultural, traçou a trajetória de mais de uma década do Festival. Disse que o Cohab tem 12 anos de história em uma região de Porto Alegre destacada pela mortalidade e pela vulnerabilidade social. Além disso, Seré mencionou a Lei Municipal n. 12.399, de 11 de abril de 2018, que foi sancionada, justamente, para incluí-lo, no dia 12 de dezembro, no Calendário de Eventos do município, para ocorrer no bairro Rubem Berta. 

“Gostaríamos de, pelo menos uma vez no ano, fazermos um dia de paz, distribuirmos brinquedos às crianças, chamarmos os idosos”, pediu o integrante, ao avaliar que o festival “não é só uma festividade cultural”. Contudo, Seré lamentou que o Rip Hop, como movimento popular, vem sendo diluído. "Reivindicamos o direito de uma juventude que vem sendo exterminada. Ainda temos a esperança do encaminhamento desse projeto e a execução do festival, em dezembro, no Instituto Cultural do Rubem Berta”, defendeu. 

Secretarias

Filipe Tisbierek, coordenador da juventude na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE), colocou a secretaria à disposição. “Movimentos como esse são muito mais que cultura. Eles têm uma função social eficaz”, defendeu. Tisbierek também expressou que, muitas vezes, o poder público não alcança essas iniciativas culturais. “Mas é através da cultura que conseguimos salvar vidas”, reforçou. 

O representante da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), Cleser Gross, igualmente colocou o órgão à disposição. Relatou que, infelizmente, “várias secretarias estão com problemas financeiros e com a nossa não é diferente”. Todavia, no mesmo sentido de Tisbierek, Gross enfatizou que “movimentos culturais e o esporte salvam vidas”. 

Vereadores

Para o vereador Eng. Comassetto (PT) “a questão é estrutural, porque há um orçamento de R$ 7 bilhões no município”. Durante o encontro, Comassetto apresentou o atual governo como um seguidor do estado mínimo enquanto, na verdade, “tem dinheiro no caixa e a possibilidade de o orçamento para o Cohab se realizar”. 

Além dos vereadores Robaina, Fraga e Comassetto, também participaram os vereadores Cassiá Carpes (PP) e Mauro Zacher (PDT). Igualmente, integrantes de movimentos dos municípios de Alvorada, Cachoeira do Sul e Canoas registraram as suas presenças. Ao final, o presidente da Cece mencionou o encaminhamento de um ofício formalizado e das notas taquigráficas da reunião ao titular da Secretaria Municipal de Cultura. 

 

 

Texto

Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Tópicos:Cultura PopularRubem BertaHip-HopRap