Cece discute situação do Parque Farroupilha
A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu, na tarde desta terça-feira (3/11), para debater sobre a situação do Parque Farroupilha, também conhecido como Parque da Redenção, e todos os espaços que o compõe. Coordenada pelo presidente da Cece, vereador Professor Alex Fraga (PSOL), o encontro foi proposto pelo integrante do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha, Roberto Jakubaszko, e também contou com a presença de outros representantes do município.
“Nossa ideia é manter vivo o parque com os seus 69 hectares”, disse Jakubaszko. Na oportunidade, ele mencionou os quatro recantos que integram a Redenção: o roseiral, que, segundo ele, “já não tem mais rosas”; o oriental; o europeu (próximo ao Araújo Vianna); e o alpino. Além disso, mencionou os espaços destinados à cultura, reforçou a utilização do Ramiro Souto (dentro da Redenção) para o atletismo, falou que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) tem parte do seu campus naquela zona e sublinhou que, “por mês, cerca de um milhão de pessoas passam pelo local”.
Jakubaszko também descreveu algumas diminuições ocorridas na área. Recordou que já não existe mais o Café do Lago e que o Minizoo foi suprimido. Por isso, ao reforçar a proposta de manutenção da Redenção, sugeriu que a sociedade, juntamente com outros poderes, “estabeleça um conceito do propósito da Redenção”. Segundo o conselheiro, por exemplo, “com a preservação do parque, haverá um consequente investimento na saúde dos porto-alegrenses, pois eles terão a oportunidade de se exercitar mais e usufruir da rota que também é migratória de animais”.
Entidades
Para Júlio César de Quadros, conselheiro do Orçamento Participativo, existe a necessidade de ser construído um memorial com esculturas e fotografias. “A Redenção tem mais de 200 anos e, talvez, a construção desse memorial seja a nossa principal luta.” No entendimento dele, quando as pessoas têm o conhecimento dos locais que frequentam, elas acabam gostando mais desse local. “Por isso, precisamos fazer com que a sociedade conheça a Redenção”, enfatizou Quadros.
“O parque é muito importante não só no ensino, mas na preparação física dos militares”, afirmou o capitão Stive Andreson Soares Pereira, que é chefe da Seção de Educação Física do Colégio Militar de Porto Alegre. Stive enfatizou ainda a preocupação com a segurança de dentro e do entorno da Redenção. “Como usamos todo o parque, desde a pista de atletismo até o campo de futebol, os nossos soldados acabam fazendo a segurança dos alunos - o que não é o ideal, pois eles têm as suas próprias demandas”, falou.
Ainda na questão da segurança, a presidente da Associação dos Veteranos Gaúchos de Atletismo (Avega), Rosa Maria Ibarra Biléssimo, fez o mesmo apontamento. “A nossa sede já foi assaltada por falta de segurança.” Como resultado, Rosa Maria salientou que as pessoas acabam desistindo de frequentar o parque e que isso acaba influenciando no envelhecimento social pela falta da prática esportiva.
Janna Silveira, que representou a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE), trouxe informações sobre o Ramiro Souto. “É um serviço de esporte oferecido gratuitamente à comunidade”. Durante a reunião, Janna citou os mais de 400 alunos e as inúmeras atividades proporcionadas, inclusive pela secretaria, e observou que as vagas, de todas as atividades, são divulgadas no site da Prefeitura.
“Há a falta de manejo adequado nas áreas da Redenção, pela Smams, com a ausência de técnicos e biólogos”, afirmou José Fonseca, conselheiro do Conselho do Plano Diretor de Porto Alegre (CMDUA). Na oportunidade, Fonseca observou que a cidade tem perdido as suas espécies e os seus recantos. Ressaltou que, lamentavelmente, a qualquer momento, um eucalipto, “que é 90% de água, pode acabar caindo em um pessoa e matá-la”, ou repetir a ocorrência do ataque por um “enxame de abelhas”. O profissional fez um apelo ao Legislativo para “que repense os processos do Executivo e as qualidades das demandas enfrentadas pela população”.
Vereadores
Professor Alex Fraga destacou que “espaços mal cuidados acabam facilitando a drogadição” e outras práticas negativas. Para tanto, o parlamentar mencionou uma lista de ações a serem implementadas: o encaminhamento, ao Executivo, de um Projeto Indicativo sugerindo à prefeitura que construa um memorial; um pedido de providência para a manutenção, principalmente, das árvores arbóreas; a construção de uma mostra fotográfica com imagens doadas pela população, do parque, ao longo de gerações; a solicitação de qual é, de fato, o tamanho da Redenção, e quais são os seus bens tombados; e de como está a sua segurança, o seu monitoramento eletrônico e o seu efetivo que comanda as câmeras instaladas no parque.
Além do vereador Professor Alex Fraga (PSOL), também estiveram presentes o vice-presidente da Cece, Cassiá Carpes (PP), e o vereador Mauro Zacher (PDT). Dentre as entidades participantes, estavam representantes da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), assim como usuários do Parque Farroupilha.