Cedecondh aborda medidas de apoio aos idosos no Junho Violeta
A Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre reuniu-se de forma virtual na tarde desta terça-feira (25/6) para debater o fortalecimento da rede em defesa da pessoa idosa. A pauta foi proposta pelo presidente da comissão, vereador Alvoni Medina (Republicanos), em prol do mês de conscientização da violência contra a pessoa idosa, data intitulada Junho Violeta. No encontro, os vereadores da Cedecondh destacaram o aumento das dificuldades de acessibilidade para as pessoas idosas após a enchente e ouviram representantes da Prefeitura sobre o atendimento que está sendo prestado a elas.
Mariana Nunes, coordenadora dos direitos da pessoa idosa da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social (SMADS), afirmou que trazer qualidade de vida para pessoas idosas é essencial e que a secretaria tem pressa em implementar estratégias para tornar possível uma vida mais digna à essa população, principalmente em relação às pessoas idosas atingidas pelas enchentes que se encontram em abrigos municipais ou comunitários. Ela usou de exemplo o abrigo 60+, que atende esse público majoritário com triagem para necessidades especiais, necessidades básicas, equipe multidisciplinar para atividades físicas e atendimentos médicos focados para o psicológico dessas pessoas. Junto à iniciativa, Mariana afirmou que a secretaria busca expandir o projeto "Fala que eu te escuto", para atendimento prioritário voltado à saúde mental. “A gente teve que ter esse olhar nesta questão e tentar trazer empatia, pensando tudo que eles passaram e o que pode estar passando pela cabeça deles nesse momento”, explicou a coordenadora.
A representante da SMADS ainda afirmou que a secretaria está analisando formas de trabalhar com um projeto de cruzamento de dados de subsídios maiores para mapeamento da pessoa idosa no município. “Esse mapeamento será feito de dois em dois anos, para conseguir, de forma mais eficaz, fazer o fortalecimento da rede regional para atendimento à pessoa idosa, para qualificar esse serviço, entender quem são essas pessoas, realizar capacitações, relatórios e reuniões ativas para fortalecimento dessa rede”, salientou. Um observatório sobre o projeto, que já se encontra pronto, está em fase de revisão em conjunto com a Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH).
Clesia Ziemann, coordenadora da saúde da pessoa idosa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), afirmou que a secretaria trabalha em monitoramentos de saúde nos 160 abrigos da Capital, em parceria com as unidades do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município. Clesia alertou que dentre os tipos de violência ao idoso, a violência autoprovocada, como tentativa de suicídio, é uma das mais comuns em Porto Alegre e que a secretaria oferece atendimento através do Comitê de Enfrentamento à Violência da SMS. Ela reforçou que há necessidade de tratar a questão do luto e do transtorno depressivo nessa parcela da população, principalmente após os acontecimentos das cheias. “É muito difícil para a pessoa idosa a questão da resiliência, de recomeçar”, lamentou. Neste quesito, ela reforçou que a SMS oferece equipes especializadas de suporte na atenção primária nas Unidades Básicas de Saúde do município. “Medo da morte todo mundo tem, mas o que pesa para o idoso é a morte simbólica. O medo do esquecimento, medo da perda da autonomia”, complementou.
A Secretaria de Desenvolvimento Social informou que o Centro de Referência de Direitos Humanos (CRDH), presta serviços de acolhimento e encaminhamento das vítimas de violação de direitos humanos através do telefone 0800 642-0100.