Acessibilidade

Cedecondh debate como melhorar serviço de táxi acessível

Reunião sobre Táxis acessíveis
EPTC e vereadores ouviram queixas de usuários e taxistas (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

A Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre tratou sobre a questão dos táxis acessíveis na Capital, durante reunião virtual na tarde desta terça-feira (13/4). Na oportunidade, usuários do serviço e taxistas relataram suas principais dificuldades e ficou definido que as sugestões expostas no encontro serão encaminhadas pela Cedecondh ao Executivo Municipal, visando à realização de reunião técnica para melhorias na prestação do serviço.

Usuários

Uma das principais demandas trazidas pelos usuários trata da disponibilidade do serviço em horário integral. “Não temos nenhum respaldo. Se precisamos de um táxi à noite, não conseguimos de fato, pois vamos ficar esperando e perder o compromisso. Se o pouco de veículos que tem funcionasse, já era grande coisa para nós”, apontou Alcindo Martins. Tania Costa e Josiane França foram unânimes ao pedir mais respeito às pessoas com deficiência. “Contamos sempre com a ajuda de anjos da guarda, acho que falta acolhimento ao ser humano”, salientou Tania. “Só queremos fazer parte da sociedade, com o direito de ir e vir a hora que quisermos. Sugiro que tenha uma formação aos profissionais que queiram atender esse público”, reforçou Josiane.

Taxistas

Em sua fala, o presidente da Associação dos Táxis Acessíveis, Arilton Cardoso,  e o secretário Orion Santo evidenciaram que eram para estar em circulação 89 táxis acessíveis, mas somente 48 estão operando e 19 estão ligados à Associação. Das maiores dificuldades apontadas está o deslocamento para chegar até o cliente e a realocação de pontos, que já foi solicitada à EPTC. “Temos um grande debate a fazer para ir adequando melhores condições para taxistas e pessoas com deficiência. Temos aplicativo, temos call center. Muitos colegas desistiram por não ter condições de pagar o carro, outorga, rampa, o curso de 64h que é caro e tudo mais e com a pandemia tudo dificultou. Tenho táxi há 32 anos, trabalho 15h por dia, tenho amor pelo que faço”, reforçou Cardoso.

EPTC

O gerente de Fiscalização e Transporte da EPTC, Luciano Souto, pontuou que, em 2016, havia uma frota de 4.100 táxis em Porto Alegre que, hoje, são 3.700 e que muitos usuários não fazem denúncias sobre irregularidades no serviço. “O advento dos aplicativos trouxe isso. Temos que entender que existem questões legais e que táxi acessível não é uma categoria diferente, mas faz parte de uma legislação igual a de qualquer tipo de táxi. Em nosso sistema aparecem 51 táxis acessíveis cadastrados. Gostaria que todos tivessem cadastrados na Associação e usassem o aplicativo, mas a legislação nos impede de obrigar isso”, disse.

Souto esclareceu, ainda, que é preciso fazer uma releitura do que se deseja desse serviço na cidade e criar formas para incentivar o investimento no táxi acessível. “Hoje, eu sou franco em dizer que ninguém vai querer investir R$ 100 mil num taxi acessível, esse é o valor que beira entre o custo do carro e a adaptação. Se não houver mudanças na legislação ou algum tipo de incentivo, o sistema não vai conseguir se sustentar do jeito que está hoje. Temos que tentar achar alternativas para que esse sistema seja viabilizado. A EPTC sempre foi parceira e é de nosso interesse que o serviço seja bem prestado”, finalizou o gerente.

Presenças

Participaram da reunião, o presidente da comissão, vereador Alexandre Bobadra (PSL), o vice Kaká D’Ávila (PSDB), os vereadores Alvoni Medina (Republicanos), que coordenou o encontro, e Matheus Gomes (PSOL), e a vereadora Reginete Bispo (PT), além de representantes do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre (COMDEPA) e da Federação Riograndense de Entidades de Deficientes Físicos (FREDEF).

Texto

Bruna Mena Bueno (reg. prof. 15.774)

Edição

Marco Aurélio Marocco (Reg. Prof. 6062)2