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Cedecondh debate o problema de crianças pedintes nas sinaleiras

  • Reunião de Comissão - Pauta: Trabalho Infantil nas ruas de Porto Alegre. No microfone o presidente da FASC, Tiago Simon
    Fasc diz que pandemia ampliou evasão escolar e contribuiu para elevar número de crianças nas ruas (Foto: Fernando Antunes/CMPA)
  • Reunião de Comissão - Pauta: Trabalho Infantil nas ruas de Porto Alegre. No microfone o vereador Cassiá Carpes
    Mendicância de crianças e adolescentes foi tema de reunião na tarde desta terça (Foto: Fernando Antunes/CMPA)

A Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) se reuniu na tarde desta terça-feira (16/05) para debater o problema de trabalho infantil e das crianças e adolescentes em mendicância nas ruas de Porto Alegre. A pauta foi uma iniciativa do vereador Cassiá Carpes (PP).

Cassiá disse que há muitas crianças em situação de mendicância nas sinaleiras da cidade. "Sou o vereador que mais anda no Centro. Encontro adolescentes pedindo tudo e questiono eles se não estudam. Mas eles fogem do assunto". O vereador afirmou que é preciso conscientizá-los e encaminhá-los para algum órgão da Prefeitura que dê oportunidade de educação ou trabalho, de forma que fiquem mais longe das ruas e do crime. Cassiá finalizou seu discurso cobrando o comparecimento do Conselho Tutelar nas reuniões da comissão sobre o trabalho infantil.

O presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC), Tiago Simon, explicou que Porto Alegre é uma das cidades que conseguiu erradicar o trabalho infantil no ano de 2010, porém, com a vinda da pandemia, houve um grande processo de desagregação que trouxe diversos problemas de volta, como a evasão escolar. "Durante a pandemia, tivemos cerca de 300 ou 400 crianças que voltaram às ruas", afirmou Simon. Atualmente, a FASC retomou as atividades de assistência e políticas sociais para reverter este problema. 

A assistente social da Prefeitura Márcia Elisa de Souza falou sobre a violência das periferias e de como este problema acaba agravando a situação de mendicância das crianças e adolescentes em Porto Alegre. "Mãe que prefere ter três filhos em um galpão de reciclagem totalmente insalubre do que ter o filho tendo de atravessar a rua, não sabendo se vai voltar vivo". A assistente social ressaltou que grande parte dos problemas está relacionada ao tráfico de drogas, que impede que os serviços sociais entrem nas áreas mais pobres. Outro problema que Márcia citou foi insegurança alimentar na vida dessas crianças, explicando como é importante a função do cartão-alimentação para as mães conseguirem alimentar seus filhos, e também as escolas de turno integral, como forma de manter as crianças mais tempo fora das ruas. 

O presidente da Cedecondh, vereador Conselheiro Marcelo (PSDB), relatou a importância do Conselho Tutelar para a proteção da criança e adolescente. "As crianças em situação de mendicância dentro do Trensurb sempre acabavam sendo encaminhadas para o Conselho Tutelar". O vereador comunicou sobre as dificuldades de lidar com as situações de violência e tráfico dentro das comunidades, afirmando que o Conselho Tutelar pode solicitar operação nas comunidades, entretanto, se não for uma ação totalmente efetiva, não gerará resultado algum, complementou ele.



Texto

Vinícius Goulart (Estagiário de Jornalismo)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)