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Cedecondh debate violência e fraudes contra a pessoa idosa

  • Reunião de Comissão – 19ª Reunião (Ordinária) – Pauta: Violência contra a pessoa idosa: golpes digitais e empréstimos – em alusão ao mês Junho Violeta – Mês de Conscientização Contra a Violência à Pessoa Idosa.
    O encontro foi alusivo ao Junho Violeta, Mês de Conscientização Contra Violência à Pessoa Idosa (Foto: Gabriel Ribeiro/CMPA)
  • Reunião de Comissão – 19ª Reunião (Ordinária) – Pauta: Violência contra a pessoa idosa: golpes digitais e empréstimos – em alusão ao mês Junho Violeta – Mês de Conscientização Contra a Violência à Pessoa Idosa.
    Vereador Alvoni Medina (Republicanos) foi o proponente da pauta (Foto: Gabriel Ribeiro/CMPA)

A Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) debateu, em reunião na tarde desta terça-feira (20/06), a violência contra a pessoa idosa e as fraudes em empréstimos aplicadas a esta parcela da população. O encontro foi alusivo ao Junho Violeta, Mês de Conscientização Contra Violência à Pessoa Idosa. O tema foi sugerido pelo vereador Alvoni Medina (Republicanos).

 

O diretor do Procon de Porto Alegre, Wambert Di Lorenzo, disse que o departamento atua sobre dois pontos relacionados à violência moral contra os idosos, sendo eles: os empréstimos consignados e as fraudes. O diretor ressaltou que as fraudes envolvem diretamente as instituições bancárias, que terceirizam a culpa de eventuais erros aos correspondentes bancários. De acordo com ele, o Procon enfrenta dificuldades em autuar algumas instituições financeiras, já que elas se recusam a atender o órgão. “Então o Procon tem agido usando todos os recursos legais”. Ele lembrou que a entidade de defesa do consumidor tem poder coercitivo e não jurídico.

 

Di Lorenzo apresentou dados referentes a reclamações sobre empréstimos consignados cedidos a pessoas idosas. Desde maio de 2022, somam 138 solicitações, que denunciam juros abusivos e informações controversas. Sobre as fraudes, no mesmo período, foram registradas 180 reclamações. Todas envolvendo diversos bancos. De acordo com o diretor, as reclamações apontam até solicitações indevidas de empréstimo. O diretor do Procon apontou que o departamento trabalha com um efetivo reduzido, o que dificulta a atuação na cidade. "Antes tínhamos 23 estagiários, hoje temos três”, disse.  

 

Já a delegada Ana Luiza Caruso, da Delegacia da Pessoa Idosa, destacou que muitos idosos que são vítimas de golpes e empréstimos indevidos, têm medo de denunciar os casos por vergonha e medo de represália por parte dos familiares. “A falta de confiança e sentimento de incapacidade é uma coisa que a gente dificilmente consegue reverter”, explicou a delegada.

 

A presidente do Conselho Municipal da Pessoa Idosa de Porto Alegre, Neli Miotto, relatou a importância de discussões como essa, principalmente as que destacam a violência sofrida pela população idosa. Ela pediu ao poder público mais atenção à esta parcela da populção. “Nós precisamos proteger a pessoa idosa”, frisou. Neli também  reivindicou a agilidade nos processos públicos de liberação de verba por parte do Executivo.

 

“A gente precisa do poder público para destravar o recurso que foi captado pela própria entidade”, apontou Neli, ao alertar as dificuldades enfrentadas pelas entidades de acolhimento de idosos, em especial, durante o inverno, já que há falta de cobertores, roupas e de atenção médica especializada.

 

A Comissão concordou que é necessária atenção e acolhimento à população idosa de Porto Alegre, mas que isso depende de uma construção entre poder público e sociedade civil, priorizando novas leis e ações que ajudem e protejam os idosos.

Texto

Josué Garcia (Estagiário de Jornalismo)

Edição

Andressa de Bem e Canto (reg. prof. 20625)