CEDECONDH discute o preconceito baseado na idade das pessoas
Na tarde desta terça-feira (15/10), a Comissão do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre realizou uma reunião para discutir o problema do idadismo. A pauta foi proposta e conduzida pelo vereador Adeli Sell (PT).
O convidado Luiz Afonso Alencastre, do Ministério Público do Rio Grande do Sul e membro do Movimento Sociedade Sem Idadismo, falou sobre a importância de combater os preconceitos baseados na idade das pessoas, que muitas vezes recaem em discriminação. Salientou a diferença entre idadismo e etarismo, considerando que o primeiro inclui os jovens, enquanto o segundo diz respeito às pessoas idosas. "O jovem sofre idadismo no mercado do trabalho, por exemplo, por ser considerado inexperiente. Esse é um movimento de longo prazo para ter uma mudança cultural". Defendeu a necessidade de políticas públicas para enfrentar este tipo de discriminação.
Zhélide Quevedo, educadora, psicóloga e presidente da Associação Nacional de Gerontologia, falou sobre os estereótipos, preconceitos e a discriminação contra as pessoas idosas. "Existem três pilares que precisamos defender no movimento, que tratam sobre os efeitos negativos dessa idade. O primeiro é o cultural, que diz respeito à parte econômica, a inserção no mercado de trabalho. O segundo é o institucional, porque esta questão é pouco trabalhada na política. O terceiro é o interpessoal, que é a parte mais dolorosa, porque acontece de pessoa a pessoa, e às vezes a própria pessoa se autodiscrimina". Zhélide defendeu a importância de existir um Programa de Preparação para a Aposentadoria, um projeto de educação para este período da vida cheio de preconceitos, que deve ser visto como uma nova etapa para se reinventar. "Temos a oportunidade de mudar esse panorama. Basta vontade e união".
Elenara Stein, arquiteta e urbanista, chamou atenção para a questão da mobilidade urbana e acessibilidade na cidade. "São coisas teoricamente simples, mas que resolvem muito a vida. Construir uma cidade segura e com dignidade para todas as idades. Calçadas sem cuidado e mal construídas ameaçam pessoas idosas de imobilidade ou até óbito". Conclui que a luta contra o preconceito é diária e se relaciona com todos os âmbitos da vida social.
Encaminhamento
Como encaminhamento, a comissão definiu que é necessário buscar meios de fiscalizar a substituição da figura estereotipada da pessoa idosa nos locais onde existem vagas reservadas para pessoas com mais de 60 anos.