Comissões

CEDECONDH discute o preconceito baseado na idade das pessoas

36ª Reunião discutiu sobre idadismo
Preconceito por idade foi o tema abordado na reunião desta terça-feira (Foto: Johan de Carvalho/CMPA)

Na tarde desta terça-feira (15/10), a Comissão do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre realizou uma reunião para discutir o problema do idadismo. A pauta foi proposta e conduzida pelo vereador Adeli Sell (PT). 

O convidado Luiz Afonso Alencastre, do Ministério Público do Rio Grande do Sul e membro do Movimento Sociedade Sem Idadismo, falou sobre a importância de combater os preconceitos baseados na idade das pessoas, que muitas vezes recaem em discriminação. Salientou a diferença entre idadismo e etarismo, considerando que o primeiro inclui os jovens, enquanto o segundo diz respeito às pessoas idosas. "O jovem sofre idadismo no mercado do trabalho, por exemplo, por ser considerado inexperiente. Esse é um movimento de longo prazo para ter uma mudança cultural". Defendeu a necessidade de políticas públicas para enfrentar este tipo de discriminação. 

Zhélide Quevedo, educadora, psicóloga e presidente da Associação Nacional de Gerontologia, falou sobre os estereótipos, preconceitos e a discriminação contra as pessoas idosas. "Existem três pilares que precisamos defender no movimento, que tratam sobre os efeitos negativos dessa idade. O primeiro é o cultural, que diz respeito à parte econômica, a inserção no mercado de trabalho. O segundo é o institucional, porque esta questão é pouco trabalhada na política. O terceiro é o interpessoal, que é a parte mais dolorosa, porque acontece de pessoa a pessoa, e às vezes a própria pessoa se autodiscrimina". Zhélide defendeu a importância de existir um Programa de Preparação para a Aposentadoria, um projeto de educação para este período da vida cheio de preconceitos, que deve ser visto como uma nova etapa para se reinventar. "Temos a oportunidade de mudar esse panorama. Basta vontade e união".

Elenara Stein, arquiteta e urbanista, chamou atenção para a questão da mobilidade urbana e acessibilidade na cidade. "São coisas teoricamente simples, mas que resolvem muito a vida. Construir uma cidade segura e com dignidade para todas as idades. Calçadas sem cuidado e mal construídas ameaçam pessoas idosas de imobilidade ou até óbito". Conclui que a luta contra o preconceito é diária e se relaciona com todos os âmbitos da vida social. 

Encaminhamento

Como encaminhamento, a comissão definiu que é necessário buscar meios de fiscalizar a substituição da figura estereotipada da pessoa idosa nos locais onde existem vagas reservadas para pessoas com mais de 60 anos.

Texto

Theo Pagot (estagiário em Jornalismo)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)