Povos indígenas reúnem-se com vereadores da capital
Representantes dos povos indígenas moradores de Porto Alegre estiveram reunidos, nesta terça-feira à tarde (9/5), na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos (Cedecondh) da Câmara Municipal, para discutirem a situação social das suas comunidades. A reunião contou com a participação de representantes da Funai, da Emater, da Secretaria Municipal da Saúde e de diversos órgãos municipais. Entre as preocupações dos povos indígenas caingangues, guaranis e charruas está o fato de que as lideranças destes povos deve estar atenta para não misturar seus direitos e suas conquistas a interesses políticos de governantes. A liderança caingangue disse aos vereadores que hoje os brancos matam os índios de maneira diferente, através da caneta, referindo-se à importância de conhecer as leis e participar dos processos políticos.
De acordo com os próprios líderes indígenas, além dos problemas de saneamento, há carência e exclusão social entre os povos. A desnutrição é um risco permanente, cerca de 33% das crianças apresentam risco nutricional, e os índices de anemia são bastante elevados. O representante da Funai de Passo Fundo, Leni Ribeiro, salientou que um dos graves problemas enfrentados pelos índios é o fato deles se deslocarem para os centros urbanos. Isso merece uma atenção de parte dos governos federal, estadual e municipal, sugeriu.
As oito famílias de charruas que vivem no Morro da Cruz, na Zona Leste da Capital, reivindicam área para construção de casa. Nesta terça-feira (9/5), uma barreira caiu sobre parte de uma casa de Charruas. A Defesa Civil tomou providências e, mesmo sendo uma área de risco, os índios querem permanecer no local. Os índios do Morro do Osso também não têm sua situação definida com relação à moradia. Como as famílias moram na beira de um parque, área de preservação ambiental, é preciso definir a situação fundiária do local. O caso depende de decisão judicial. O vereador Carlos Todeschini presidiu a reunião. Participaram ainda os vereadores Cassiá Carpes (PTB), Ervino Besson (PDT), Margarete Moraes (PT) e Maria Celeste (PT).
Imprensa da CMPA