Plenário

CEEE-Equatorial explica na Câmara a falta de energia após o ciclone

Câmara de vereadores recebe representantes da CEEE Equatorial.
Executivos compareceram ao Plenário para apresentar ações da empresa após o ciclone (Foto: Fernando Antunes/CMPA)

Representantes da CEEE-Equatorial compareceram hoje (28/6) na Câmara Municipal de Porto Alegre para explicar os problemas de abastecimento de energia elétrica na cidade registrados após o ciclone ocorrido nos dias 15 e 16 de junho. O comparecimento é resultado da convocação feita pelo presidente Hamilton Sossmeier (PTB) em reunião com a direção da concessionária na última terça-feira (27/6).

Segundo a empresa, apesar do plano de contingência montado a partir de previsões meteorológicas, o evento climático foi muito superior ao que se esperava. O executivo da área de Manutenção da empresa, Felipe Wehrmann, explicou que as previsões indicavam ventos de até 70 quilômetros por hora, mas durante o ciclone ultrapassaram os 100 km/h.

Wehrmann revelou que foram mobilizadas 460 equipes de campo para atender as ocorrências, o que representa dez vezes mais que o número normal de equipes. Conforme ele, apesar da gravidade do evento, a empresa conseguiu restabelecer a energia para 72% dos consumidores em 24 horas e para 90% em 48 horas. "O ciclone deixou sem energia 273 mil clientes apenas na Capital, o que representa 33% da população atendida na cidade, e 422 mil na área de atuação da empresa." 

O representante da companhia observou que o grande número de árvores derrubadas pelo vento dificultou o trabalho de conserto das redes. Além disso, conforme ele, o vento constante e os alagamentos comprometeram o trabalho porque não havia a segurança mínima exigida para atuação das equipes. "Considero a recomposição (do abastecimento de energia), diante do volume de estragos, um sucesso, pois a grande maioria dos clientes teve a energia restabelecida em 24 horas."

O executivo de Relacionamento com o Cliente, Alessandro Trindade, também considerou bom o atendimento prestado aos clientes durante e após a passagem do ciclone. Informou que houve incremento de 35% nas posições de atendimento por telefone entre os dias 16 e 20 de junho. Trindade admitiu que, mesmo assim, foram registrados congestionamentos no serviço em alguns momentos, por conta da alta demanda. "Eram previstas até 60 mil chamadas no período de 16 a 20 de junho, mas ocorreram 109 mil contatos. Na medida do possível, o atendimento funcionou muito bem."

Resposta a questionamentos

Após a apresentação inicial, os representantes da CEEE-Equatorial responderam a uma série de questionamentos dos vereadores. O presidente da Casa, Hamilton Sossmeier, fez ainda a leitura de questionamentos à concessionária, enviados por cidadãos porto-alegrenses por meio das redes sociais oficiais do parlamento. Julio Eloi Hofer, assessor de Relações Institucionais da empresa, assumiu o compromisso com os parlamentares de dar um retorno individual para as demandas apresentadas. Ele salientou a importância de se criar um canal de relacionamento entre os vereadores e a CEEE-Equatorial, dizendo que há um atendimento específico para a prefeitura e o Legislativo em Porto Alegre.

Respondendo a uma pergunta sobre eventual falta de funcionários na CEEE-Equatorial, Hofer disse que a companhia conta hoje com aumento superior a 30% no quadro de funcionários, em relação ao momento em que foi privatizada. Em relação a uma questão sobre postes caídos, o assessor destacou que 75% dos postes da empresa são de madeira, e que isso demanda manutenção constante.

Hofer afirmou que a companhia vem substituindo cabos sem proteção (a chamada rede nua) por cabos protegidos, para que não haja falta de energia com a queda de galhos. Ele esclareceu que há uma parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para o manejo florestal, com poda preventiva, e que, após o ciclone, a empresa procurou estabelecer uma resposta coordenada com a prefeitura de Porto Alegre, e que a Smamus ajudou na retirada da vegetação caída. Hofer ressaltou que o ciclone foi o “pior evento dos últimos 40 anos”, conforme classificação dos órgãos especializados em meteorologia.

 

Texto

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)
Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)