CPI

Comissão convocará judicialmente autores do pedido de impeachment do prefeito

Reunião da CPI com a finalidade e investigar fatos relacionados com as denúncias apresentadas no Processo de Impeachment. Na foto, com a fala, o Sr. Michel Costa.
Michel Costa (d) em depoimento hoje à CPI sobre a administração Marchezan (Foto: Leonardo Cardoso/CMPA)

Os vereadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Porto Alegre que investiga denúncias de irregularidades na gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior estiveram reunidos no Plenário Otávio Rocha da Casa na manhã desta quinta-feira (13/2) e novamente não contaram com a presença do autor do pedido da CPI, Claudio Francisco Mota Souto, e de sua esposa, Grace de La Rocha, ex-servidora da prefeitura. As oitivas deles estavam previstas para hoje (13/2). Diante disso, o vereador Roberto Robaina (PSOL) informou que os mesmos serão convocados judicialmente. “Não compete a eles decidir se vêm ou não. Vamos encaminhar por ordem judicial, pois é um dispositivo legal, previsto no regimento da Casa”.

Já o empresário Michel Costa, ex-diretor da Procempa e ex-presidente do Conselho de Administração da Carris, atendeu ao chamado da CPI. Questionado pelos vereadores em relação a sua participação na campanha de Nelson Marchezan à prefeitura de Porto Alegre, disse que foi convidado a opinar sobre mobilidade urbana para um futuro plano de governo. “Fui chamado pelo meu conhecimento técnico como qualquer um poderia ter sido”. Perguntado sobre sua relação com a Carris, Costa disse que fazia parte do Conselho de Administração. “Nas reuniões, avaliávamos estratégias para salvar a companhia”

Em relação à empresa Safeconecta, da qual Costa seria sócio à época que assumiu a direção da Procempa, e que realizou testes de monitoramento de ônibus via GPS em parte da frota da Carris, investigado pelo Ministério Público desde julho de 2017, e um dos motivos da CPI, Costa disse que o mesmo foi arquivado por falta de provas. “Fiquei um ano esperando por esta resposta”, enfatizando que nunca precisou fazer negócios com a Procempa para sobreviver. A Comissão pretende apurar se Costa teria indicado a Safeconecta para iniciar as instalações de GPS na Carris. 

Outro ponto de questionamento dos vereadores foi sobre a denúncia de que Costa, quando sócio da empresa OWL Gestão e Tecnologia, teria participado de uma licitação fraudulenta junto ao DAER. Ele teria assumido a direção da Procempa enquanto ainda era sócio desta empresa. Questionado, ele disse que em relação a este processo só se manifestará na justiça. “Este processo não tem nada a ver com a Procempa. Só me manifestarei judicialmente”. Ele falou que quando assumiu a direção da Procempa, desfez a sociedade com a OWL. Ao encerrar, disse que não se arrepende do que fez. “Vou tocar minha vida, só lamento não entender mais de política”. 

A CPI tem por objetivo apurar questões ligadas ao Banco de Talentos da prefeitura e ao aluguel do prédio onde está situada a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE). Também questiona as relações do prefeito com o empresário Michel Costa, ex-diretor da Procempa e ex-presidente do Conselho de Administração da Carris. 

No final do encontro, o vereador Adeli Sell (PT) pediu que sejam ouvidos os empresários Marcelo Pereira e Juliano Forlim, ex-sócios de Michel Costa.

Texto

Regina Andrade (reg. prof. 8.423)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)