Plenário Virtual

Comitê da Democracia é contra nomeação do novo reitor da UFRGS

Autonomia Universitária da Ufrgs. Na foto: ex-deputado federal Constituinte, Hermes Zaneti, representante Comitê em Defesa da Democracia
Autonomia Universitária da Ufrgs. Na foto: ex-deputado federal Constituinte, Hermes Zaneti, representante Comitê em Defesa da Democracia (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)


A Tribuna Popular, na sessão ordinária virtual da Câmara Municipal de Porto Alegre, recebeu, nesta quinta-feira (24/9), o ex-deputado e professor Hermes Zaneti, como representante do Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito. Na ocasião, ele falou sobre a autonomia universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a escolha do novo reitor da instituição. “Sinto-me desafiado em dar minha modesta contribuição no enfrentamento de uma situação inaceitável como a nomeação do professor Bulhões. Não é questão de legalidade, e sim de legitimidade.”

Ele diz que no presente caso estamos diante de uma lei que é fruto de entulho autoritário do período de ditadura militar. “A escolha dos reitores das universidades federais acontece pela consulta à comunidade acadêmica. Seria razoável pensar que o presidente eleito escolheria aquele que foi mais votado, mas ele fez exatamente o contrário. Aí que entra a questão da legitimidade.” A votação teve o professor Rui Oppermann como primeiro colocado, seguido de Karla Maria Müller e Carlos André Bulhões. Dos 77 membros do Conselho Universitário, 45 votaram em Rui, 29 em Karla e apenas 3 em Bulhões.

Zaneti disse acreditar que, sem legitimidade, o novo reitor jamais conseguirá mobilizar os estudantes em favor dos princípios de autonomia e na busca de todas as verbas necessárias para manutenção da excelência dos trabalhos que a instituição vem desenvolvendo. “Há um ponto ainda mais grave: estão tentando desconstruir os serviços sérios que a UFRGS vêm construindo na área da educação, da pesquisa e da extensão.” Disse ainda que a luta deveria ser a busca por uma sociedade mais igualitária e justa, libertando-a da escravidão do rentismo e da dívida pública. “Defender a nomeação do primeiro colocado na lista é defender o valor do voto e da democracia. É uma universidade plural, crítica e competente, e não podemos deixar que isso a comprometa”, complementou ele.

 

Na oportunidade, falaram a respeito do assunto os vereadores Comandante Nádia (DEM), Engº Comassetto (PT), Karen Santos (PSol), Airto Ferronato (PSB) e Márcio Bins Ely (PDT).

Texto

Lara Moeller Nunes (estagiária de Jornalismo)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)