Comunicações Temáticas destacam Dia da Mulher

Na tarde desta quinta-feira (8/3), durante o período de Comunicações Temáticas da Câmara Municipal de Porto Alegre, os vereadores marcaram a passagem do Dia Internacional da Mulher com a presença de lutadoras e defensoras das causas femininas e do direito da mulher. De acordo com a presidente da sessão, vereadora Fernanda Melchionna (PSOL), foi a partir de 1910 que as conquistas começaram a acontecer na prática. "Tivemos acesso ao contraceptivo, conseguimos o direito ao voto, a igualdade salarial, mas ainda temos muito o que avançar para garantir nossos direitos plenos", lembrou.

Conforme Rosemari de Castilhos, coordenadora-geral da Associação Ilê Mulher, o 8 de Março é um dia de reflexão das lutas e das conquistas que as mulheres obtiveram ao longo de quase um século. Para ela, a questão da violência doméstica é o principal obstáculo a ser enfrentado pela sociedade hoje. "Avançamos muito, mas, por outro, lado retrocedemos", disse. "Na associação, trabalhamos com mulheres vítimas de violência há mais de 10 anos e vemos o dano que isso representa para a auto-estima e para a sobrevivência feminina." Ela reclamou a falta de centros de referência para atendimento à mulher vítima de maus-tratos e violência na Capital. 

"Em Porto Alegre, até 2007 tínhamos espaços públicos para desenvolver nosso trabalho de serviço de informação à mulher, mas sem razão convincente, foram fechados pelo Executivo", lamentou Maria Guaneci Marques de Avila, promotora legal popular da Themis, organização não governamental com mais de 19 anos de existência em Porto Alegre. 

Para Maria Guaneci, os espaços gratuitos são fundamentais para o trabalho voluntário das agentes que organizam processos e ações para dar conta da desigualdade de gênero. "Os vereadores precisam ter sensibilidade para ver o quanto este tema é importante. É preciso cobrar do Executivo porque esse desmonte foi feito. Perdemos a nossa referência", frisou ao registrar que em Porto Alegre o índice de violência aumenta a cada dia.

Entre outras reivindicações feitas pelas lideranças, uma ação integrada entre órgãos e secretarias foi solicitada aos vereadores. Para a coordenadora do Ilê Mulher, os temas como saúde, assistência social, habitação, segurança e direitos humanos precisam atuar em conjunto produzindo políticas públicas para o bem estar de todas as mulheres. "Esse município está totalmente omisso na defesa da saúde e da sobrevivência da mulher. Queremos que a Câmara nos ajude a reverter essa situação", solicitou.