Comunidade do Sarandi cobra retomada das obras na Escola Liberato Salzano
Na tarde desta terça-feira (06/08), a Comissão do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre realizou uma reunião externa na Paróquia Santa Catarina, no Bairro Sarandi, para ouvir as demandas da comunidade a respeito da Escola Municipal de Educação Básica Dr. Liberato Salzano, que enfrenta dificuldades estruturais e falta de material após as cheias que assolaram o Rio Grande do Sul no mês de maio. A pauta foi proposta e conduzida pelo vereador Pedro Ruas (PSOL).
A Liberato Salzano é a maior escola municipal da Capital gaúcha e é referência em educação especial. Com cerca de 1,7 mil alunos, atende à Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e à Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em decorrência das enchentes, o telhado e o primeiro andar, que concentravam salas de aula, refeitório, secretaria, biblioteca e setor administrativo, foram severamente afetados: os móveis, materiais, documentações, computadores e livros foram perdidos. A parte elétrica e hidráulica da instituição também foi muito comprometida. “A nossa escola foi seriamente atingida pela enchente e não tem condições de uso no momento. Temos dois problemas urgentes: a necessidade de uma reforma, que o governo ainda não iniciou, e problemas que já existem há algum tempo, como o lixo colocado na frente da escola e a sinalização deficiente”, contou a vice-diretora Rosella Bruxel de Quadros.
A Secretaria Municipal de Educação (Smed) é responsável pelas reformas estruturais dos prédios escolares. Porém, devido ao atraso no início da obra, a instituição foi obrigada a anunciar que suas atividades, que retornam em uma semana, serão ministradas em locais como o Clube Comercial Sarandi e a Igreja São José. “Temos um trabalho social que vai além da questão pedagógica. Nosso espaço físico serve à comunidade. Muitas reuniões, incluindo as de diversas demandas do Bairro Sarandi, muitas vezes realizadas por pessoas que nem são atendidas diretamente pela nossa escola, acontecem no nosso espaço. Com a grande dificuldade pós-enchente, o bairro não tem o espaço de apoio que sempre teve. Portanto, nossa preocupação com a reforma urgente da escola é para oferecer um atendimento de maior qualidade para nossos alunos e para que a escola retorne como um espaço físico que possa auxiliar em outras demandas do bairro”, relatou o professor Emerson Mota Campos.
O diretor de Gestão e Educação Ambiental do DMLU, Marco Salinas, se colocou à disposição para ajudar o colégio no que diz respeito ao recolhimento de lixo. Já o diretor técnico e a gerente de planejamento de trânsito e circulação da EPTC, Flávio Caldasso e Vanessa Schein, tomarão providências a respeito da sinalização e da circulação de veículos nos arredores da instituição, que, segundo relatos de moradores locais, é um trajeto perigoso para as crianças devido à alta velocidade dos veículos. Segundo Caldasso, já havia um planejamento para este projeto, porém, por conta das cheias, não pôde ser realizado. A respeito da pintura da faixa de segurança para sinalizar os locais provisórios da escola e do pedido de instalação de quebra-molas nas ruas, o diretor confirmou que a pintura será realizada após o término das chuvas desta semana, enquanto a instalação dos quebra-molas não é de competência da EPTC.
Como encaminhamento, o proponente acolheu a sugestão do colega, vereador Adeli Sell (PT), de elaborar um ofício para exigir que a Prefeitura de Porto Alegre inicie as obras com urgência. O vereador também relembrou que há um valão próximo à escola que representa perigos iminentes para os alunos devido à poluição e à localização imprópria, e sugeriu que o DMLU também atenda a essa demanda. Além disso, exigiu que as faixas de segurança sejam uma prioridade para a EPTC e propôs a criação de uma ata com os relatos dos diretores e professores do local.