Atividade Legislativa

Comunidade do Sarandi pede socorro

Moradores vivem em meio a sujeira e entulho que segue nas ruas, calçadas e pátio. Pedem socorro urgente para esse e outros problemas durante reunião da CEDECONH, proposta por Pedro Ruas.

reunião no Sarandi
reunião no Sarandi

           A comunidade do Bairro Sarandi está sofrendo pela falta de atendimento às demandas surgidas após a enchente que deixou residências de diversas Vilas inundadas por mais de 40 dias, em alguns locais com até três metros de água dentro das casas. As queixas vão desde o não recolhimento do lixo gerado pelas enchentes; as dificuldades para o preenchimento do cadastro para habilitar o repasse de recursos destinados pelos governos; a indefinição sobre onde irão morar as muitas famílias que perderam suas casas e estão em abrigos ou na casa de familiares e amigos; a falta de atenção à saúde, em especial a mental, pois muitas pessoas estão abaladas emocionalmente. E, nesse contexto, o medo maior reside a cada nova chuva, já que apesar de muitas promessas, até agora não houve a definição de como e quando será aprovado e posto em prática, um plano de obras com o objetivo de resolver o problema do Dique que se rompeu em quatro pontos e contribuiu para alagar áreas antes nunca inundadas. Esses e outros problemas foram levantados pelos moradores que participaram da reunião da Comissão de Defesa do Consumidor Direitos Humanos e Segurança Urbana (CEDECONH), realizada na Associação dos Moradores das Vilas Elizabeth e Parque ( AMVEP), na tarde desta terça-feira (18/06).

Grande participação
Grande participação/ Foto Cristiano Pontes

            O proponente da reunião vereador Pedro Ruas (PSOL) conclamou as lideranças presentes, destacando que essas “têm legitimidade para apresentar os pedidos ou queixas, pois é sua realidade”, permitindo dessa forma que a comunidade falasse sobre o drama em que vive. Além do convívio com montanhas de lixo nas calçadas, pátios e ruas dos bairros, a população se queixou de abandono por parte do município. “Em outros bairros já foram feitas mais de uma faxina e aqui nenhuma”, destacou o presidente da AMVEP, professor Jacerdi de Araújo, lembrando que aquela é a maior Associação de Moradores da América Latina e que mais de 30 mil pessoas que estão em situação de desamparo. Apesar da pressão, inclusive com um pedido de mutirão de limpeza das ruas “para ontem”, o representante do DMLU disse que há um cronograma de limpeza na cidade que está sendo cumprido e que chegará a fez do Sarandi, disse Marco Salinas. “Não temos como começar a limpeza num lugar, ir para outro. Há um cronograma e vamos atender toda a cidade” acentuou. Discorreu sobre número de trabalhadores, que inclusive houve contratação de mais gente, contou que diariamente são recolhidas muitas toneladas de lixo, mas não deu esperanças de realizar um mutirão para a retirada das montanhas de lixo das ruas, nas calçadas e nos pátios.

Área em frente a sede da Associação: não há recolhimento de lixo
Área em frente a sede da Associação

A feitura dos cadastros para o recebimento dos recursos anunciados pelos governos é outra preocupação dos moradores. A queixa principal é de que existem poucas pessoas realizando os cadastros e em lugares mais distantes, o que dificulta os pedidos. Nesse caso, a solução foi acertada na hora, com representantes das áreas de atendimento socioeconômico da Fasc e outras secretarias, aliadas com a oferta de apoio por parte de integrantes de entidades representantes da sociedade civil organizada, no caso a Fundação Maçônica Educacional, que tem experiência na área.

A questão da saúde tanto física quanto mental também esteve presente nos debates.  A Secretaria Municipal de Saúde se fez representar através de técnicas que responderam as demandas e deram esperanças.  Informaram os locais (três) onde estão sendo prestados serviços de atendimento com consultas, vacinas e até mesmo a distribuição de medicamentos. São ofertadas as vacinas contra a Covid, influenza e antitetânica. A antirrábica somente pode ser feita em postos de saúde e em especial no Modelo, na Avenida João Pessoa. A presidente do Conselho Estadual de Saúde Inara Ruas, destacou que o fornecimento de vacinas se mantém, apesar de terem sido perdidas (ficaram inundadas) três unidades de câmaras frias. Cada um tem custo em R$ 17 a 20 mil reais.A representante do Instituto Social Moinhos, Vanessa Ferraz, se colocou a disposição e se comprometeu de levar os relatos ouvidos para a diretoria, vendo que tipo de apoio poderá ser ofertado. Ficou acertado que será instalada na sede da associação um serviço de atendimento emergencial de saúde, com objetivo de atender as demandas psicológicas e outras. Foram feitos relatos de pessoas que andam chorando pelas ruas sujas e cheias de lixo, tal o desespero. Outra queixa que foi feita diz respeito ao atendimento do Dmae. A comunidade pediu há mais de 15 dias a indicação de um ponto onde possam ser instaladas máquinas de lavar roupas para atender toda a comunidade. A representante do Dmae pediu o protocolo desse pedido e ficou de viabilizar o mais rápido possível.

A construção de moradias ou a definição de espaços para muitas famílias que perderam suas moradias, alguns da vila Asa Branca e Nova Brasília (entre outras) foi outro tema levantado. A preocupação de todos os que estão em abrigos, ou em casas de amigos, todos vivendo sem qualquer privacidade ou conforto, é quando terão um lugar só para sua família. Foram levantadas várias hipóteses e todas essas serão avaliadas e terão andamento através da comissão. O representante do Ministério Público na reunião, promotor Leonardo Guarisse Barros, da promotoria de Justiça de Direitos Humanos, acertou com a Comissão que estará atento às demandas que poderão ser levadas a qualquer tempo para ajudar na solução. Uma dessas demandas envolve o Procon que, segundo manifestações, poderia entrar em contato com as empresas de eletrodomésticos em geral, solicitando atenção aos pedidos dos moradores.

Além do presidente da Comissão, vereador Alvoni Medina, que abriu a reunião e inclusive informou que ele e sua família foram afetados pelas enchentes em Porto Alegre, tendo que ir para a casa de familiares em Gravataí, participaram os vereadores Jonas Reis (PT) e Abigail Pereira (PCdoB). 

Texto

Jurema Josefa/ fotos abertura Jimmy Azevedo /as demais de Cristiano Pontes

Edição

jurema Josefa (Mtb 3.882/RS)