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Comunidades buscam renegociação de dívidas de energia elétrica

  • Reunião Cedecondh pauta: Transtornos causadas pela CEEE Equatorial nas comunidades de Porto Alegre.
    Moradores apresentaram reivindicações à comissão (Foto: Leonardo Lopes/CMPA)
  • Reunião Cedecondh pauta: Transtornos causadas pela CEEE Equatorial nas comunidades de Porto Alegre.
    Alvoni Medina (E) foi o proponente da pauta (Foto: Leonardo Lopes/CMPA)

Os transtornos causados pela CEEE Equatorial às comunidades de Porto Alegre foi a pauta debatida na reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) desta terça-feira (4/7). O tema foi proposto pelo vereador Alvoni Medina (Republicanos).

 

O representante da Vila Santo André, Jorge Fagundes, expôs os problemas que a comunidade vive com a concessionária de energia. De acordo com Fagundes, a empresa tem cobrado valores exorbitantes de taxa de energia elétrica dos moradores. Ele afirmou, ainda, que agentes da CEEE coagiram moradores a assinar contratos que não possuem condições de pagar. “Eu acho errado, a pessoa trabalha de manhã para comer à noite, não tem um salário fixo. E a Equatorial está lá dentro (da Vila Santo André) cobrando e obrigando as pessoas a fazer um acordo”, atestou o líder comunitário.

Fagundes explicou que os altos valores dos acordos, que variam de R$ 5 mil a R$ 40 mil, são cobrados indevidamente, já que os moradores possuem casas de um a dois cômodos, com poucos ou quase nenhum eletrodoméstico. “A maioria do pessoal pagava luz, mas as ligações irregulares eram muitas. É compromisso da CEEE Equatorial fiscalizar”, disse. Ele questionou se os moradores que possuem energia regularizada vão pagar pelo roubo de energia cometido por terceiros.

Outras comunidades, como a Vila Amazônia, exigiram a implementação de uma taxa mínima de energia para as comunidades e um tempo mais longo para pagar as parcelas das dívidas. Atualmente, a Equatorial oferece o parcelamento em até 48 vezes, o que os moradores alegaram ser inviável.

O executivo de relacionamento com o cliente da CEEE Equatorial, Alessandro da Silva, destacou o cenário atual de trabalho da Equatorial com as comunidades. “A Equatorial chegou no estado com esse viés de trazer qualidade no fornecimento e segurança técnica e busca atender os anseios das comunidades de regularizar sua energia”, disse. Ele ressaltou também que a empresa busca reduzir as perdas técnicas, para que não haja o repasse dessa despesa aos clientes.

Silva explicou que a regularização de energia é feita de forma uniforme, a fim de evitar o furto de energia. Sobre a regularização feita na Vila Santo André, apontou que ela foi feita no sistema antigo de regularização, o que causou algumas instabilidades. Em relação ao valor das faturas, ele disse que é necessário apurar caso a caso. “A gente não pode tomar casos específicos como generalidade”, disse.

O diretor do Procon de Porto Alegre, Wambert Di Lorenzo, afirmou que o órgão abriu uma investigação sobre o tema em maio deste ano. Ele explicou que a intenção da notificação à empresa era, a partir das respostas da própria Equatorial, analisar os casos individuais de suspeita de cobranças abusivas. Ele colocou o Procon à disposição das comunidades.

Como encaminhamento da reunião, ficou marcado um encontro entre os membros da comissão e o presidente da CEEE Equatorial, a análise individual das tarifas dos moradores e uma visita, com representantes da Equatorial e do Procon, às comunidades, para atendimento individual.

 

Texto

Josué Garcia (estágiario de Jornalismo)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)