Comunidades Portuguesas comemoram os 50 anos da Revolução dos Cravos
Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre de hoje (29/04), comunidades portuguesas compareceram para comemorar os 50 anos da Revolução dos Cravos, um levante militar e popular que ocorreu em Portugal no dia 25 de abril de 1974 e derrubou a ditadura liderada por Antônio Salazar. O nome do movimento faz alusão aos cravos usados pelos rebeldes na lapela de seus trajes, para se identificar.
O representante das comunidades, José Francisco Leal Serra, compartilhou suas memórias de viver sob o Estado Novo regido por Salazar. “Só quem viveu tal situação neste período, de 1933 a 1974, sabe o que acontecia. Meus pais, e eu mesmo, por exemplo, vivemos 30 anos debaixo de uma ditadura com submissão permanente”, afirmou, ao lembrar que foi preso injustamente enquanto almoçava em um restaurante.
A cerimônia foi aberta com a canção Grândola, Vila Morena, composta e cantada por José Afonso, que foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) como segundo sinal para colocar os militares em marcha, iniciando a Revolução. Para o professor e representante da comunidade, Marçal Paredes, “esta música representa algo que deve ser relembrado todos os dias, inclusive nesta Câmara: o povo é que ordena a cidade. E é neste sentido que a gente deve lembrar dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que é onde se comemora o dia da democracia e liberdade”.
Marçal ressaltou a importância de relembrar a história para não repetir os mesmos erros e exaltou a democracia, utilizando de exemplo Portugal. Segundo ele, após o fim do Estado Novo, ocorreu uma melhoria significativa da economia e globalização. “Fomos das trevas para um dia solar. Dizem que governos ditatoriais são as soluções para nossos problemas sociais. Isso é mentira. É a democracia que concretamente entrega coisas altamente salutares e positivas e muda para melhor a vida das pessoas.”