Confirmada venda do prédio da TVE para a EBC
O secretário Estadual da Administração, Elói Guimarães, confirmou, em reunião realizada na manhã desta segunda-feira (14/12), na Câmara Municipal de Porto Alegre, que o governo do Estado não tem interesse na aquisição da área que abriga a TVE e a FM Cultura. Elói informou, ainda, que até 31 de março as emissoras da Fundação Piratini deverão deixar o local. Acrescentou que trata-se de uma decisão de governo, de utilizar os seus próprios imóveis. Anunciou que muitos prédios estão sendo analisados para servirem de sede para a TVE e FM Cultura.
No encontro, o chefe de Serviços Administrativos do INSS, Luís Cândido, observou que as negociações com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) estão praticamente concretizadas. O valor da área está estimado em R$ 4,7 milhões. Atualmente, o gasto com aluguel é de R$ 24 mil mensais. Destacou que muitas tentativas de negociação foram feitas, mas que o governo do Estado não apresentou imóveis que pudessem interessar ao INSS.
O presidente da Câmara, vereador Sebastião Melo (PMDB), está solicitando uma agenda, em caráter de urgência, com o chefe da Casa Civil do governo do Estado, Otomar Vivian. A Câmara não pode se omitir, precisamos encontrar uma solução. Neste momento, o nosso partido é a TVE, salientou. Já o deputado Adão Villaverde informou que está sendo buscada uma saída para o impasse. Disse que embora o ministro das Comunicações, Franklin Martins, tenha lhe confirmado a compra da área pela EBC, existe a possibilidade da TVE permanecer no local. Lembrou que o Rio Grande do Sul é o único estado que não assinou, até o momento, contrato de parceria.
A reunião, solicitada ao presidente Sebastião Melo pelo Sindicato dos Jornalistas e Sindicato dos Radialistas, para tratar do assunto, reuniu os vereadores Adeli Sell (PT), Ervino Besson (PDT), Sofia Cavedon (PT), Haroldo de Souza (PMDB), Airto Ferronato (PSB), Maria Celeste (PT), Luiz Braz (PSDB), João Dib (PP), Mauro Pinheiro (PT) e Aldacir Oliboni (PT), e os presidentes José Nunes, do Sindicato dos Jornalistas, Antônio Édisson Caverna Peres, dos Radialistas, Délcio Black e Maria Inês dos Santos Senna do INSS, além de funcionários da TVE e da FM Cultura.
Manifestações
Durante as manifestações, o presidente do Sindicato dos Radialistas, Antônio Édisson Peres, queixou-se da falta de diálogo do governo do Estado e frisou que a TVE e a FM Cultura não pertencem a governos. O presidente do Sindicato dos Jornalistas, José Nunes, também criticou a forma como o governo vem conduzindo o assunto criando uma situação de incertezas quanto ao futuro. Alexandre Leboutte, do Conselho da Fundação Cultural Piratini, disse que a forma de agir do governo demonstra desinteresse com a instituição. Segundo ele, os investimentos nos dois veículos de comunicação são insignificantes, sendo o início da extinção.
A vereadora Sofia Cavedon também criticou o desinteresse do governo e enfatizou que o Estado não pode operder esses dois equipamentos públicos de comunicação. Haroldo de Souza questionou por que os funcionários da TVE e FM Cultura não foram consultados, e criticou a transferência para áreas que não sejam próprias para as emissoras. João Dib lembrou o valor histórico dos prédios que abrigaram a primeira emissora de TV do Rio Grande do Sul. Também Airto Ferronato observou que a transferência não é a melhor solução.
Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)