Cônsul-geral da Itália é Cidadão de Porto Alegre
A Câmara Municipal de Porto Alegre realizou Sessão Solene nesta quinta-feira (22/8) para a concessão do título de Cidadão ao cônsul-geral da Itália na Capital, Valerio Caruso. Na mesma cerimônia, proposta pelo vereador Idenir Cecchim (MDB), foram comemorados os 150 anos da imigração italiana no RS e prestada uma homenagem a Carmine Motta.
Cecchim disse que é um vereador totalmente identificado com os italianos que vivem no RS, mas salientou que hoje é a primeira vez que se presta uma homenagem como esta. "É a primeira vez que um cônsul italiano recebe o olhar de toda a comunidade italiana e o agradecimento da população da Capital." Cecchim acrescentou que Caruso é um cônsul que circula pela comunidade de todo o RS e que não se cansa, pois parece ter sete fôlegos. "Temos orgulho do seu trabalho e da sua pessoa e não haveria momento mais apropriado para homenageá-lo do que nas comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Brasil."
Caruso lembrou que assumiu o cargo em 2023 e que veio com medo para Porto Alegre, pois não sabia se estava a altura de liderar um consulado como o da Capital. "Esta homenagem não premia uma pessoa, mas todos os funcionários do consulado e toda a comunidade italiana do Rio Grande do Sul. Porto Alegre me transformou como ser humano, me deu mais confiança com o carinho que recebi dos porto-alegrenses e gaúchos."
Placa
Além da entrega do título e da comemoração dos 150 anos de imigração italiana no Brasil, durante a Sessão Solene foi realizada homenagem ao "expoente da cultura italiana" Carmine Motta. A viúva dele, Carmelina, e a filha, Luciana, receberam a placa do Largo Carmine Motta, localizado no Bairro Cristal.
Cidadão
Valerio Caruso nasceu na cidade de Modena, na Itália. É filho de juízes originários do sul do país, sendo sua mãe napolitana e seu pai siciliano. É diplomata de carreira desde 2018. Desde 23 de agosto de 2022 é Cônsul-Geral em Porto Alegre, sendo o mais jovem cônsul-geral da Itália da história no Rio Grande do Sul.
Chegou ao Consulado-Geral da Itália no Rio Grande do Sul com o desafio de demonstrar ao seu país de origem que o Brasil não é só São Paulo e Rio de Janeiro, e que o nosso Estado possui muitas áreas de excelência e inúmeras oportunidades, tanto comerciais quanto culturais, a serem exploradas. Além de ter imprimido agilidade na concessão de passaportes, tem estreitado cada vez mais os laços de amizade entre os povos gaúcho e italiano.
Italianos (*)
A imigração italiana no RS iniciou entre o fim do século XVIII e o início do XIX e se tornou mais intensa no período de 1875 a 1914, quando entraram no Estado cerca de 80 mil imigrantes italianos. A maioria vinha fugindo da fome, das epidemias e das guerras na Itália. Os imigrantes povoaram vazios demográficos e estabeleceram um sistema produtivo baseado no minifúndio, com força de trabalho livre para abastecer o mercado interno com produtos agropecuários.
Os imigrantes fundaram diversas cidades, especialmente na Serra gaúcha, e incrementaram significativamente a produção rural, tornando a zona colonial italiana economicamente a segunda mais importante do estado já no início do século XX. Os italianos deixaram uma marca das mais relevantes no estado que os acolheu e se espalharam por todo o território.
Influíram decisivamente na economia, na política, na sociedade, na arte e na cultura, fundaram jornais, teatros, cinemas, museus, clubes esportivos e recreativos, associações empresariais e beneficentes e educandários. Desde as primeiras Festas da Uva, a cultura italiana se tornou fonte de renda com turismo, entretenimento e gastronomia. Sua religiosidade deixou um legado ainda visível nas centenas de igrejas e capelas que escaparam da onda de modernização, assim como são um legado único suas antigas cantinas, moinhos e casarões.
*Fonte: Wikipedia