COMISSÕES

Cosmam aborda a prevenção do câncer de mama

  • Outubro Rosa - comissão dialoga sobre prevenção do câncer de mama com entidades ligadas ao assunto.
    Comissão ouviu representantes da SMS e de entidades da sociedade civil (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Outubro Rosa - comissão dialoga sobre prevenção do câncer de mama com entidades ligadas ao assunto.
    Cláudia Araújo foi a proponente da pauta (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu na manhã desta terça-feira (10) para tratar sobre o Outubro Rosa, mês de conscientização e prevenção do câncer de mama. A proponente da pauta foi a vereadora Cláudia Araújo (PSD), e a reunião foi conduzida pelo presidente da Cosmam, vereador José Freitas (Republicanos).

“A gente não pode cansar de falar daquilo que é tão importante no nosso dia a dia”, disse a vereadora Cláudia. Ela afirmou que se estimam que serão diagnosticados mais de 70 mil casos da doença no País em 2023, e disse que o câncer de mama é o que provoca maior mortalidade entre as mulheres. “O Outubro Rosa precisa estar nas nossas construções políticas para alterarmos esses números”, ressaltou, defendendo que o diagnóstico precoce e o tratamento imediato salvam vidas.

A presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia do RS, Andréa Damin, apresentou um retrato epidemiológico da doença em Porto Alegre, afirmando que há 81,6 casos a cada 100 mil mulheres na Capital, e que a previsão é de 670 casos novos para o ano de 2023. Segundo os dados, apenas 26% das pacientes de 50 a 69 anos realizam mamografia no RS – o percentual ideal seria 70% do público-alvo.

Andréa afirmou que o rastreamento mamográfico reduz a mortalidade por câncer de mama e destacou que, no Brasil, apenas um terço dos casos são diagnosticados de forma precoce. No Sistema Único de Saúde (SUS), a maior parte dos casos são detectados já em estágio avançado, segundo ela. Andréa ressaltou que, na rede privada, já existem tratamentos mais avançados, ainda não disponíveis no SUS, que dispensam a necessidade de quimioterapia em parte dos casos. Michela Fauth Marczyk, também da Sociedade de Mastologia, afirmou que a entidade está em tratativas com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para oferecer uma capacitação para os agentes de saúde da prefeitura atuarem na prevenção no contato direto com a população.

Avanços

Márcia Grutcki, médica da área técnica da Saúde da Mulher da SMS, afirmou que a secretaria trabalha com duas estratégias: diagnóstico precoce e rastreamento. A SMS organizou um protocolo de regulação, com critérios para a solicitação de ultrassonografias mamárias, ressaltou. A médica destacou que a oferta de exames aumentou de 110 por mês para 675 por mês, em 2022.

Alessandra Ribeiro, coordenadora de Regulação Ambulatorial da SMS, disse que, atualmente, pacientes ficam no máximo 15 dias de espera na fila de agendamento, pois há um equilíbrio entre a oferta e o número de solicitações para os exames. O acesso aos exames ocorre, em média, em 15 dias, afirmou.

Francilene Rainone, da Diretoria de Vigilância em Saúde da SMS, apresentou o trabalho de monitoramento e rastreamento dos casos de câncer de mama e colo de útero. Ela afirmou que o órgão faz a observação do número de exames alterados, que é de cerca de 1% ao ano, e que todos são monitorados e analisados caso a caso. 

“A gente tem uma epidemia de casos de câncer em Porto Alegre”, afirmou Francilene, defendendo que o SUS precisa avançar no município na área oncológica. “Temos muito o que avançar, principalmente em estratégias de comunicação”, em especial com os pacientes, afirmou Evelise da Rocha, diretora da Vigilância em Saúde da SMS.

Cincinato Fernandes, diretor-geral do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, afirmou que o hospital está sendo redimensionado, o que inclui o setor de mastologia, que está sendo capacitado em termos de recursos humanos. Ele destacou que estão sendo adquiridos mamógrafos digitais e ecógrafos, entre outros equipamentos.

Rita Cunha, diretora do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imama), disse que “a gente muda a realidade fazendo com que as mulheres tenham conhecimento” sobre a doença. Ela afirmou que a função da instituição é acolher pacientes e abordou as dificuldades que as mulheres enfrentam para comparecer a exames, destacando que o Imama tem ações como oferecer vale-transporte para pacientes diagnosticadas com a doença.

A vereadora Cláudia Araújo propôs, como encaminhamentos da reunião, que a Cosmam faça uma visita oficial ao Hospital Presidente Vargas e ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre para acompanhar as ações que estão sendo realizadas em relação ao câncer de mama, e que a comissão procure encaminhar soluções para levar ao SUS os tratamentos mais atualizados contra a doença.

Texto

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)