COMISSÕES

Cosmam aborda políticas públicas de prevenção ao câncer de próstata

  • Novembro Azul: Políticas, assistência e conscientização
    Comissão debateu a pauta do Novembro Azul (Foto: Johan de Carvalho/CMPA)
  • Novembro Azul: Políticas, assistência e conscientização
    Julio Barros, coordenador da área de Saúde Integral do Homem da Prefeitura (Foto: Johan de Carvalho/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre realizou reunião, na manhã desta terça-feira (12/11), com o tema "Novembro Azul: políticas, assistência e conscientização", proposta pela vereadora Claudia Araújo (PSD). A proponente enfatizou a importância da pauta: “O câncer de próstata é uma das formas mais comuns de câncer entre os homens, no Brasil e no Rio Grande do Sul. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Secretaria de Saúde do RS, os dados indicam que a incidência de câncer de próstata no estado é alta, refletindo um padrão nacional. É a segunda maior causa de câncer entre homens no Brasil”, explicou.

A representante da Secretaria Estadual da Saúde, Talita Donatti, apresentou as políticas estaduais de atendimento e prevenção à saúde masculina adotadas conforme as recomendações do Ministério da Saúde e do Inca. De acordo com ela, há uma nota técnica publicada pelos órgãos que não recomenda o rastreamento populacional. "Essas campanhas que se fala de exame de toque e de PSA não são recomendadas, por isso a Secretaria Estadual de Saúde segue as recomendações do ministério”, pontuou.

O coordenador da área técnica de Saúde Integral do Homem da Secretaria Municipal de Saúde, Julio Barros, explicou como ocorre o atendimento e o diagnóstico dos pacientes na atenção primária de saúde da rede pública municipal. “A decisão de fazer exames específicos para o câncer de próstata é uma questão individual. O indivíduo chega a partir de um conjunto de sinais e sintomas que vai ser discutido com o profissional de saúde. Além disso, nas unidades de atenção primária ele pode realizar não só o exame de toque, mas pode ser solicitado o PSA e, conforme os resultados, esse indivíduo é encaminhado para um especialista”, destacou.

O vice-presidente da Comissão Especial do Direito à Saúde da OAB/RS, Lucas Funghetto Lazzaretti, destacou a desinformação acerca do tema por parte da população: “O que acontece hoje em relação ao Novembro Azul e em outros tipos de tumores é a falta de informação. Quando o homem descobre esse tumor, já está em estágio avançado”. Ele ressaltou a necessidade de fomentar a divulgação de informações básicas sobre os sinais e sintomas do câncer: “Repassar essas informações, torná-las mais públicas, para que a população possa verificar o que precisa para fazer os exames, qual a idade, se é assintomático”. 

O representante do Instituto Nacional da Próstata (INPrós), Klaus Loges, evidenciou os desafios enfrentados pelos pacientes diagnosticados, principalmente pela falta de informação e atendimento. “Quando o homem procura auxílio, geralmente é no posto de saúde, onde normalmente não tem um profissional realmente habilitado para isso. Ele só irá ser encaminhado a um atendimento especializado se estiver com sintomas muito graves e, até esse paciente conseguir chegar a um especialista, demora no mínimo dois anos. O câncer de próstata tem 90% de chance de cura quando diagnosticado precocemente, ou seja, não se justifica não fazer a rastreabilidade”, afirmou.

Nos encaminhamentos, ficou estabelecido o envio de um pedido de informação referente a uma emenda impositiva de autoria do vereador Airto Ferronato (PSB) que destina o repasse de recursos financeiros ao INPrós para o aumento da distribuição de informações em promoção e prevenção do câncer de próstata, além da ampliação do acesso às consultas a profissionais especializados. Também foi solicitada uma consulta para verificar as condições de profissionais especializados atenderem nos postos de saúde do município.

Texto

Laura Paim (estagiária de Jornalismo)

Edição

João Flores da Cunha (reg. prof. 18241)